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Blade Runner: a quebra de estereótipos da ficçāo científica


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Blade Runner: a quebra de estereótipos da ficçāo científica

O longa metragem de 1982 – Blade Runner- é uma ficção científica ambientada na Los Angeles do século XXI que conta com uma produção ímpar e cheia de mistérios. O protagonista, Deckard, é designado a matar quatro androides que haviam fugido para a cidade. Mas, essa geração de androides é a NEXUS 6 que representa o mais próximo que os humanos chegaram da perfeição robótica.

O diretor do filme, Ridley Scott, costumava dizer:

“Blade Runner é um filme de 40 anos no futuro realizado com o estilo de 40 anos no passado”.

Foi pensando nisso que resolvemos fazer uma lista que aponta as subjetividades por trás dessa obra da sétima arte.

1- Ovelhas x Androids

O filme foi inspirado no livro “Do Androids dream of electric sheep?” escrito por Philip K. Dick, mas… dois termos importantíssimos do longa não aparecem hora nenhuma na versão escrita – referência da história. Essa situação aconteceu graças à contratação do roteirista David Peoples que recebeu uma sugestão de sua filha para a criação do termo: replicante, e através da utilização de um roteiro de William Burroughs -para um livro de Alan Nourse, que narra sobre um mundo distópico onde os bladerunners são contrabandistas que forneciam remédios e equipamentos ao povo- assim, escolheram o nome do longa.

2-Ficção fora da curva

Blade Runner é uma ficção científica bem diferente da maioria de seu segmento. O filme não conta com mil efeitos especiais, monstros e gosmas. A produção e o próprio roteiro – uma superpopulação que vive em prédios destruídos e tem que se adaptar- conversam com um visual inóspito e valoriza uma maior exploração visual dos objetos em cena.

3- Personalidade(s)

Os protagonistas (heróis e anti- heróis) são sempre figuras guiadas por vontades próprias que vão contra o sistema e tem uma personalidade um tanto quanto depressiva e imoral. O detetive, por exemplo,  aparece como um ponto médio entre os grupos que não se comunicam, mas até ele é uma personagem paradoxal.

4- Ser ou não ser, eis a questão

O enredo possui um foco filosófico que esbarra justamente nas questões existenciais de se produzir máquinas com qualidades tão humanas e reais e se afastar do que há de mais humano no ser, por causa do processo que envolve a produção desse maquinário. Humano x máquina e Humano x Desumano, esses são os embates apontados no filme – como descobrir se aquele ser é uma máquina ou um humano e se ele for humano como perceber que ele não é desumano.

5- Heavy Metal

As referências para o cenário e a vibe da Los Angeles do século XXI teve ponto de partida nas ilustrações do francês Moebius – publicadas aqui no Brasil na revista Heavy Metal- e nos filmes noir dos anos 40/50. Assim, o filme conta com elementos como displays, lazers, leitores de retina, animais sintéticos e ao mesmo tempo com a questionável ética do herói, a female fatale além do Voice over usado na primeira versão do longa (e muitíssimo criticado).

6- Calendário programado

Sete dias na semana, e seis versões de Blade Runner para você. Não, não é brincadeira, acompanha:

1982 – Blade Runner: versão original que conta com o voice over (utilizado apenas nela);

1992– Director’s Cut: relançado sem o voice over, essa versão também não conta com a participação na íntegra do diretor (montado a partir de uma edição que Ridley Scott aprovara anteriormente);

2005– Edição Especial: contém três discos com as principais gravações;

2007– Final Cut: essa versão conta com algumas cenas estendidas e uma remontagem quase que total do áudio;

2012– Edição comemorativa: para celebrar os 30 anos de filme foi feito um box em Blu- Ray, com um extra de 10 horas;

2017– Blade Runner 2049: como uma imagem fala mais que mil palavras, tá aí o trailler da nova produção que tem estreia no mês de outubro.


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