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Viva o Nordeste: 10 personalidades nordestinas que marcaram a cultura brasileira!


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Viva o Nordeste: 10 personalidades nordestinas que marcaram a cultura brasileira!

Viva a Cultura Nordestina!

No dia 02 de agosto é comemorado o Dia da Cultura Nordestina e a data foi escolhida com o objetivo de homenagear o grande artista Luiz Gonzaga, que morreu no dia 2 de agosto de 1989 e foi um dos principais difusores da cultura nordestina para o Brasil. Com mais de 56 milhões de pessoas, o Nordeste é a segunda região mais populosa do país e conta com nove estados, sendo eles: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Em cada cantinho dessa grande terra vibra uma cultura plural, que fala sobre suas vivências, costumes e crenças. Colorido por natureza, o Nordeste é rico em sons, danças, poesias e histórias mil. Dá um orgulho gigantesco saber que vivemos em um país que carrega um pouquinho da história de cada um e transforma tudo isso em arte. Amamos tudo que o nosso país produz de cultura e somos especialmente apaixonados pela arte massiva, popular e consistente do nordeste.

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Por isso, hoje, em comemoração a esse dia tão especial, selecionamos 15 personalidades nordestinas para você conhecer e se maravilhar com tantas histórias. Então vem com a gente e aproveite!

Grandes nomes do Nordeste

01 - Zabé da Loca

Isabel Marques da Silva nasceu em Buíque, agreste de Pernambuco e ficou conhecida como a rainha do pífano, uma pequena flauta transversal que se assemelha a um flautim e é uma adaptação nativa, com influência indigena, das flautas populares europeias. Ainda durante a sua adolescência ela foi morar em Monteiro, na Paraíba e aprendeu a tocar o “pife” com seu irmão Aristides.

Com mais quinze irmãos, Zabé não teve uma infância nada fácil e seu apelido deriva de sua história de vida, mais especificamente, da época em que morou em uma gruta, uma pequena caverna também chamada de loca, no interior de Pernambuco, juntamente com seus dois filhos.

Em 2003, aos 79 anos de idade, foi descoberta pelo programa Biblioteca Rural Arca das Letras, e no mesmo ano gravou seu primeiro CD, “Canto do Semi-Árido”, com composições próprias como “Balão”, “Araçá cadê mamãe” e “Fulô de mamoeiro”, e ainda uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Ainda em 2008, foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura e também foi eleita a “Revelação da Música Brasileira”, no Prêmio da Música Brasileira. Um marco na cultura Nordestina!

02 - Castro Alves

Castro Alvez

Nascido no dia 14 de março de 1847, em Muritiba, no estado da Bahia, o poeta Castro Alves foi representante da Terceira Geração Romântica no Brasil e utilizava a arte para expressar as desigualdades sociais de seu tempo.

Por meio de palavras expressivas, ele denunciou a opressão vivida pelo povo e suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como “Poeta dos Escravos”. Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro e começou sua vida na escrita ainda muito jovem, aos 17 anos.

Estudou Direito na Universidade da Bahia na época em que a capital voltava suas atenções para ideias abolicionistas e republicanas. Foi um participante ativo do movimento estudantil e durante toda a graduação seguiu dedicando-se às suas poesias e publicou diversos textos em jornais da época. Conhecido como a maior figura do Romantismo, ele escrevia de forma sensível e clamava pela liberdade dos escravos, tendo entre suas poesias mais famosas “O navio negreiro”, “Mocidade e morte” e “O laço de Fita”.

03 - Dandara

Dandara foi uma guerreira que viveu no Quilombo dos Palmares, o maior quilombo da história do Brasil, e ficou conhecida por seu engajamento na luta contra os portugueses, sendo um dos principais nomes da luta negra no país. Casou-se com Zumbi dos Palmares, com quem teve três filhos, e desempenhou um papel fundamental no comando e manutenção do Quilombo dos Palmares.

Dandara dominava as artes da capoeira e liderou os soldados palmaristas, mas, além de lutar, participava de atividades cotidianas em Palmares, como a caça e a agricultura, pois no quilombo era praticada a policultura de alimentos como milho, mandioca, feijão, batata-doce, cana-de-açúcar e banana. Infelizmente, não se sabe ao certo a origem de Dandara, mas acredita-se que ela tenha nascido no Brasil e crescido em Palmares, formado na Serra da Barriga, na antiga capitania de Pernambuco.

Forte e valente, Dandara mora no imaginário da população pernambucana até hoje. Um dos principais nomes do feminismo negro e da cultura de resistência negra e nordestina.

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04 - Adalgisa Rodrigues Cavalcanti

Adalgisa Rodrigues Cavalcanti nasceu em Glicério, no município de Canhotinho em Pernambuco, no dia 28 de julho de 1907. De família humilde, Adalgisa trabalhou como doméstica e também como vendedora.

Na década de 1930, Adalgisa teve os primeiros contatos com a literatura marxista disponível na época e, como só havia cursado os quatro primeiros anos do ensino fundamental, os textos eram de difícil compreensão e ela foi auxiliada por um professor, que era seu amigo. Apoiou o Movimento da Aliança Liberal e fez parte da comissão de solidariedade aos presos políticos, em 1935

Iniciou a sua militância partidária filiando-se ao “Socorro Vermelho”, um segmento do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que tinha como objetivo dar assistência moral, material e jurídica aos presos políticos.

Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, candidatou-se à Assembléia Legislativa do estado, tendo sido eleita a primeira mulher deputada estadual de Pernambuco. Foi, ainda, a quinta mais votada pelo seu Partido, com 2.298 votos, sendo a maioria da classe operária.

05 - Lampião

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi o maior cangaceiro da história do Brasil, recebendo o título popular de Rei do Cangaço. Devido às disputas de terra na região, sua família foi perseguida e após a morte de seu pai, Lampião entrou para o cangaço, para vingar os prejuízos causados à sua família.

Nascido em Serra Talhada, estado de Pernambuco, Lampião era de uma família de lavradores que, embora não fossem ricos, tiveram condição de dar uma formação escolar ao filho que frequentou a escola no ensino básico, onde aprendeu a ler e escrever. Heróis para alguns e vilão para outros, Lampião integrou o bando de cangaceiros mais temidos do nordeste, liderado por Sinhô Pereira.

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Diante da ausência de ações do Estado no agreste nordestino, pequenas famílias começaram a comandar suas próprias terras, criando leis, fazendo justiça com as próprias mãos e obrigando seus trabalhadores a seguirem o que eles diziam. Essas famílias eram lideradas por um coronel que exercia a função de chefe familiar e através de acordos políticos, as oligarquias se mantiveram no poder. Foi aí que surgiram os cangaceiros, grupos armados que promoviam saques e ataques contra as oligarquias.

Em 1922, Lampião assumiu o bando de Sinhô Pereira após a saída do líder e em 27 de julho de 1938 foi morto em uma emboscada, decretando o fim do cangaço no Nordeste.

06 - Patativa do Assaré

Antônio Gonçalves da Silva, cresceu no sí­tio denominado Serra de Santana, no município de Assaré. Foi o segundo filho de agricultores muito pobres e ficou órfão aos 8 anos, tendo que trabalhar, juntamente com os irmãos mais velhos, para sustentar a família. Aos 12 anos, Patativa frequentou uma escola por alguns meses, onde aprendeu um pouco de leitura e descobriu o amor pela poesia, começando a escrever seus primeiros versos.

Em suas próprias palavras: “Saí­ da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não frequentei mais escola nenhuma, porém sempre lidando com as letras, quando dispunha de tempo para este fim. Desde muito criança que sou apaixonado pela poesia, onde alguém lia versos, eu tinha que demorar para ouvi-los.”

Patativa foi um poeta popular, sendo uma das principais figuras da arte nordestina no século XX.

07 - Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares nasceu na Serra da Barriga, Capitania de Pernambuco, atual União dos Palmares, Alagoas. Quando tinha cerca de seis anos, foi preso pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, em Porto Calvo, de onde fugiu aos 15 anos, voltando para o Quilombo dos Palmares.

Alguns anos depois, em 1675, Zumbi ganhou notoriedade ao defender o quilombo do ataque das tropas portuguesas, demonstrando suas habilidades de luta e obrigando as tropas a se retirarem. Sua postura diante do governo colonial era de desafio e enfrentamento, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros escravizados nas fazendas continuassem aprisionados.

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Assim, o governo colonial contratou os serviços dos bandeirantes Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo que em 1964 lideraram o ataque que iria destruir a ‘Cerca do Macaco’, capital de Palmares. Após uma intensa batalha a sede do quilombo foi completamente destruída e, após conseguir fugir, Zumbi foi traído por um antigo companheiro e entregue às tropas bandeirantes, sendo cruelmente assassinado no dia 20 de novembro de 1695.

Zumbi dos Palmares é considerado um dos grandes líderes da história, simbolo da resistência e da luta contra a escravidão.

08 - Maria Bonita

Maria Bonita, também conhecida como a mulher mais famosa do cangaço, nasceu no dia 17 de janeiro de 1910, no município de Malhada da Caiçara. Segunda filha entre doze irmãos, ela se casou com seu primo Zé de Neném aos 15 anos, com quem teve um relacionamento conturbado desde o início, enfrentando traições e agressões por parte do marido, o que fazia com que Maria o abandonasse constantemente, refugiando-se na casa dos pais.

Foi em uma dessas fugas que Maria conheceu Lampião, que na época já era um conhecido cangaceiro, por quem se apaixonou, dando início à relação dos dois. Um ano depois de se conhecerem, Lampião convidou Maria Bonita para o bando e ela se tornou a primeira mulher do cangaço, permitindo que outros grupos de cangaço também recrutassem mulheres.

Maria viveu oito anos ao lado de Lampião e foi morta na mesma emboscada de seu marido. Até hoje suas lendas permeiam as principais histórias da cultura nordestina

09 - Antônio Conselheiro

Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, foi um líder religioso que reuniu milhares de seguidores e esteve à frente da resistência na Guerra dos Canudos entre os anos de 1896 e 1897. Nascido na Vila do Campo Maior, no Ceará, ele foi caixeiro e andou por diversas cidades no Nordeste.

A vida de Antônio Conselheiro não foi fácil! Ficou órfão de mãe aos 6 anos de idade e aos 27 anos perdeu o pai. Em 1957, Antônio casou-se com Brasilina Laurentina de Lima, jovem filha de um tio seu. No entanto, o casamento não durou muito e ele foi abandonado por sua mulher, dedicando-se a uma vida de peregrinação.

Durante esse tempo ele realizou diversas pregações e deu conselhos às pessoas por onde passava. Até que anos depois, decidiu se firmar na margem Norte do Rio Vaza-Barris, em um pequeno arraial chamado Canudos.

Foi ali que nasceu uma experiência extraordinária, pois os desabrigados do sertão e as vítimas da seca eram recebidos de braços abertos pelo peregrino, o que fez com que o local se tornasse uma comunidade onde todos tinham acesso à terra e ao trabalho, sem sofrer as agruras dos capatazes das fazendas tradicionais. O lugar atraiu milhares de agricultores pobres, índios e escravos recém-libertos, que começaram a construir uma comunidade igualitária.

A prosperidade de Canudos incomodou a igreja, que perdia seus fiéis, e também os grandes proprietários de terra que viviam da exploração do trabalho dos homens que residiam na região. Com isso, padres e coronéis pressionaram o Governo da Bahia que realizou diversos ataques em Canudos.

Após a derrota de diversos militares, o Presidente Prudente de Morais ordenou ao ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, que assumisse o controle das operações iniciando assim a quarta e maior expedição, comandada pelo General Artur de Andrade Guimarães que atacou a região de Canudos ao lado de 4 mil soldados.

Durante o ataque milhares de pessoas foram mortas e Antônio Conselheiro foi preso e decapitado. Após sua morte, o arraial de Canudos foi completamente destruído, mas suas ideias e suas histórias seguem vivas na cultura nordestina até os dias de hoje.

10 - Jorge Amado

Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Estudou no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador, onde começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.

Publicou seu primeiro romance, "O país do carnaval”, em 1931 e é considerado um dos mais famosos escritores brasileiros de todos os tempos. Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo.

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A obra literária de Jorge Amado foi adaptada para o cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro.

Sem sombra de dúvidas, Jorge Amado foi um dos maiores escritores brasileiros e representou a ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. A gente encerra essa lista com um dos grandes poetas nordestinos que presenteou a todos com a sua obra!

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