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Clássicos da literatura nacional que você precisa conhecer!


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Clássicos da literatura nacional que você precisa conhecer!

A palavra é meu domínio sobre o mundo. A frase, do livro A descoberta do mundo, de Clarice Lispector, combina muito bem com o tema deste post, no qual a Chico Rei traz dicas sobre clássicos da literatura brasileira que merecem ser (re)visitados.

A literatura, arte da palavra, é fonte de inspiração, de revelação e de paixão. Abre caminhos e apresenta novas perspectivas sobre o mundo, sobre nós mesmos e nos ajuda no processo de autoidentificação e autoexpressão.

No Brasil, onde o incentivo à leitura é tão maltratado, a riqueza cultural da brasilidade estampada nas palavras e versos que compõem os clássicos nacionais mostra-se como uma janela para o país do passado, o qual se apresenta, em muitos aspectos, inalterado, ainda hoje.

Em tempos de pandemia e quarentena, séries, filmes e livros tornaram-se as principais fontes de entretenimento para os isolados, que buscam nas personagens, narrativas e versos a beleza e o afeto de um outro Brasil.

Por essa razão, preparamos uma lista com alguns clássicos da literatura nacional que você precisa conhecer! Desde já, adiantamos que é impossível não se encantar e envolver-se pela complexidade de cada uma delas.

Então, aproveite para mergulhar um pouco mais na nossa história e nas célebres obras que compõem o nosso acervo literário. Quem sabe daqui não saia seu mais novo livro preferido?

Afinal, como nascem os clássicos?

Você sabe o que é preciso para que um livro se torne um clássico? A resposta não se limita somente a “estar presente em listas de vestibulares” ou “integrar a grade curricular das escolas”. Existe um longo percurso entre o nascimento e a consagração de um clássico da literatura.

Alguns, no entanto, já nascem consagrados! Temos, como exemplo, Os Sertões, de Euclides da Cunha: a obra, considerada a primeira narração-reportagem da literatura brasileira e que gira em torno da Guerra de Canudos (1896-1897), consagrou-se tão logo foi publicada, em 1902, e até hoje permanece no catálogo dos clássicos.

Outros, como é o caso de Becos da memória, de Conceição Evaristo, demoram décadas até chegarem ao topo da popularidade. Aliás, caso não tenha lido a obra-prima da autora, temos, então, nossa primeira sugestão. Se já, conte-nos o que achou!

O que define um clássico, então? De maneira geral, são algumas características. Porém, a principal delas é a capacidade de sempre se renovar, proporcionar reflexões, encantar, trazer lágrimas aos olhos, risos, espantos e criar conexões!

Mas, para isso acontecer, é necessário, antes de tudo, que as obras sejam lidas, compartilhadas e difundidas. Por isso, vamos às indicações da equipe Chico Rei:

Literatura, brasilidade e palavra: 5 clássicos para conhecer!

Há clássicos que todo mundo conhece: Dom Casmurro, Macunaíma, O cortiço, Iracema, O ateneu, Mar absoluto e muitos, muitos outros – que, igualmente, merecem ser conhecidos e revisitados.

Sendo assim, voltamos nosso olhar a outra parte do acervo literário brasileiro, talvez menos conhecida que os grandes consagrados citados acima:

Grande sertão: veredas (1956)

Riobaldo e Diadorim são as personagens principais de uma das obras mais grandiosas da literatura brasileira do século 20. A obra-prima de Guimarães Rosa é, antes de tudo, uma viagem pelas terras do amor e da luta pela dignidade sob o plano de fundo do cerrado mineiro.

Grande sertão: veredas merece ser conhecido pela grandiosidade da narrativa, pelo realismo das cenas de ação e também por todos os detalhes que o transformaram em clássico nacional.

Capa do livro de João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas

Se você gosta de enredos cheios de reviravoltas (os plot twists), com certeza vai se encantar pelo enredo dos amantes proibidos que procuram, no semi-árido, encontrar a si mesmos.

Nas palavras do próprio Riobaldo: “Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Coração mistura amores. Tudo cabe.”

Poema sujo (1976)

Como não poderia deixar de ser, a poesia brasileira é tão rica, significativa e importante que rompe as barreiras da própria vida. “A arte existe porque a vida não basta”, disse Ferreira Gullar, autor de Poema sujo, durante entrevista na FLIP de 2010.

Nós da Chico Rei achamos a frase tão icônica que ela virou estampa de uma das nossas camisetas literárias!

Capa do livro poema sujo

De volta à obra, Poema sujo é um grito do poeta, exilado durante a ditadura militar, que deixa vir à tona todos os sentimentos de revolta, angústia e saudades de sua terra natal, o Maranhão.

Vale a pena acrescentar o livro em sua lista de leituras, tanto para entender mais sobre esse período obscuro de nossa história quanto para conhecer melhor o jeito único da escrita de Ferreira Gullar.

A bolsa amarela (1976)

Você sabia que também existem clássicos brasileiros entre as obras de literatura infantojuvenil? É o caso de A bolsa amarela, de Lygia Bojunga, que foi publicado em 1976, mas até hoje não perdeu sua capacidade de encantar, emocionar e criar vínculos afetivos.

Isso porque todo mundo tem um pouco de Raquel, a protagonista da narrativa – uma menina com enormes desejos e vontades, as quais esconde em uma bolsa amarela (e por isso o nome da obra).

Capa do livro A Bolsa Amarela da Lygia Bojunga

Ler A bolsa amarela é garantia de muitas risadas, mas é, também, mergulhar nas questões fundamentais que envolvem ser criança e crescer: “qual o meu lugar no mundo”, “o que fazer com tantos desejos” e várias outras, que se transformam em motivos para descobrir e explorar o universo criado pela escritora nesse clássico infantil.

A paixão segundo G.H (1964)

Esse é para quem é fã de Clarice Lispector, como nós, e de toda a força representativa que uma das maiores escritoras do Brasil possui. A paixão segundo G.H é uma narrativa densa e que, à primeira vista, pode parecer difícil demais, estranha demais, mas que, no fundo, é uma investigação sobre o “gênero humano” (G.H.).

Capa do livro A Paixão Segundo G.H

O livro é curto e narrado em primeira pessoa – uma espécie de monólogo interior –, mas não se deixe enganar: o que se sucede aos instantes de leitura são horas e mais horas de reflexões, especialmente após a famosa cena da barata (alerta de spoiler).

Quarto de despejo (1960)

Diário de uma favelada. O subtítulo da obra recém-consagrada de Carolina Maria de Jesus diz tudo sobre o tipo de literatura contida nas palavras do livro. É o retrato de um Brasil duro, negligenciado e não muito distante.

Quarto de despejo merece ser lido, conhecido e divulgado porque inspira empatia, consciência e desejo de mudança. É, sem dúvidas, o tipo de obra que todo brasileiro deveria ler na vida!

Capa do livro Quarto de Despejo, diário de uma favelada

Por isso, encerramos nossa lista com as palavras da própria Carolina: “ [...] Eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. [...] Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta”

E então, pronto(a) para dominar este e outros mundos por meio da palavra literária? Viva a literatura e seu poder transformador! Que tal, agora, conferir as melhores séries para maratonar na quarentena (e depois dela)? Acompanhe nosso blog e fique por dentro de todas as nossas atualizações!

Até o próximo post!


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literatura brasileira