Chico Rei opina: review Game Of Thrones S07E01
Mais de um ano de espera pela série mais premiada dos últimos tempos e a gente te pergunta: valeu esperar? Bom, pra essa que vos fala, valeu e muito!
Durante a sétima - e infelizmente penúltima - temporada de Game Of Thrones, você vai poder conferir toda semana o review do episódio com spoilers, opiniões e conspirações aqui no blog.
Leitora dos livros e viciada no universo de Gelo e Fogo, eu quase infartei nesse último domingo de tanta ansiedade e agora é a hora de colocar no papel a crítica do primeiro e aguardadíssimo episódio.
Vamos ao que interessa?
A sexta temporada já havia ultrapassado os livros e tivemos que confiar em David Benioff e Dan Weiss pelo que viria, terminamos bem: Daenerys Targaryen se encaminha para Westeros com dragões e muitos aliados, Jon Snow (que é filho de Lyanna Stark e Raegar Targaryen) é coroado Rei do Norte, Arya Stark se torna finalmente a assassina que todos esperávamos que ela se tornasse, Bran se torna o Corvo de Três Olhos e Cersei Lannister elimina seus inimigos mais próximos, por fim sentando-se no Trono de Ferro.
"Se sobrar um lobo vivo, as ovelhas não estarão a salvo."
O primeiro episódio começa com recado e tanto dos roteiristas: uma casa inteira é dizimada antes da abertura. Pra intrigar a gente, eles começam com Walder Frey e pensamos: é um flashback? Nos damos conta de que é Arya praticando sua magia sem rosto. O olhar impiedoso e o sorriso que a garota dá quando se retira da cena, deixando uma família massacrada nos faz nos perguntar se essa Arya não perdeu um pouco de sua essência. Toda essa sede por vingança mudou o coração da mais nova Stark?
Vemos em uma cena depois - que contou com a participação de ninguém menos do que Ed Sheeran - quando ela encontra alguns soldados Lannister e parece refletir que muitas vezes soldados são apenas seres humanos que se vêem obrigados a lutar batalhas que nem sequer são suas. Eu não sei vocês, mas quando ela chegou eu já pensei que todos eles morreriam, mas vimos uma Arya faminta dividindo uma refeição com soldados Lannister. Ainda há uma luzinha de esperança nela afinal?
Winter is here
E então amigos, em meio a fumaça os White Walkers aparecem marchando para a Muralha (?), eles são muitos e ainda pior: vemos gigantes entre eles. Meu grande medo era ver Hodor nessa marcha, acho que meu coração não aguentaria.
Essa cena em especial já nos deixa arrepiados, porque nos retoma às primeiras cenas da primeira temporada e lembramos do desertor da Patrulha da Noite executado por ser dado como louco. O inverno chegou.
Winterfell
O rei Jon Snow - ainda soa estranho vê-lo assim - é questionado por Sansa em frente a todos os vassalos e vemos Mindinho sorrindo ao fundo. Percebe-se que seu interesse em manter os dois em desentendimento é totalmente alinhado com seu propósito de discórdia.
O ator Kit Harrington (Jon) já havia comentado que haveriam discordâncias entre os irmãos Stark e sua relação que afinal, nunca havia sido próxima, tinha acontecido em circunstâncias tensas para ambos.
Mas a Sansa citar o Joffrey foi meio demais pra mim. Ah mesmo assim ela deu o melhor conselho que alguém poderia dar ao nosso bastardo preferido: ser mais esperto que Ned e Robb. Esperamos que ele seja, porque vale lembrar que quem venceu a Batalha dos Bastardos no fim das contas foi a Sansa. Se liga, Jon!
A Muralha
Gente, o Bran chegou na Muralha e todas as teorias de que as proteções mágicas dela cairiam estão só aguardando as cenas dos próximos capítulos. Pra quem não lembra, quando o Rei da Noite toca o braço do Bran em sua visão ainda na caverna do Corvo de Três Olhos, ele passa a ter acesso ao local onde o garoto se encontra.
Há quem teorize que a partir do momento que o Stark passa pela Muralha, todos os encantamentos milenares que a mantém, se vão e o Rei da Noite - assim como na temporada anterior - passaria a ter acesso ao lado sul da Muralha. E se isso rolar, amigos, o Bran condenou os Sete Reinos.
Ainda falando de gelo e dos mortos, vimos o cético Cão de Caça ter uma visão no fogo. Amém, Senhor da Luz? Thoros de Myr concedeu a visão e nosso Cão viu nada menos do que o exército de White Walkers caminhando por o que pareceu ser Atalaialeste do Mar, o último castelo da Patrulha da Noite ao leste, onde o próprio Cão disse “a muralha encontra o mar”.
Cersei Lannister, primeira de seu nome
Confesso que foi a personagem que mais me desapontou no episódio. A indiferença e frieza com que encarou o fato de ter perdido o último filho me fez perder um pouco da admiração pela mãe Cersei, que fazia tudo pela família. Jaime pareceu sentir também essa nova Cersei, soberana e paranoica, tão ou mais perigosa do que antes. Deu pra sentir o desejo por mais poder em suas veias e um pouco daquele velho egoísmo Lannister que ela sempre carregou. Mas Jaime está certo, Lannister ou não, eles não conseguem vencer essa guerra sozinhos. Ah, senti falta de mencionarem que Dany vem chegando sim, mas com três DRAGÕES.
Finalmente, de cabelo cortadinho pra trollar a gente, Euron Greyjoy chega a Porto Real e faz o que esperamos: oferece navios, casamentos e duas mãos. Pobre, Jaime!
Apesar da recusa de Cersei, podemos perceber que ela está entretida e curiosa com esse potencial aliado.
E ele promete um presente, se você leu os livros isso não é um spoiler, se não leu, sugiro que pule essa parte. Se você se lembra de O Festim dos Corvos, Euron traz direto das ruínas de Valíria uma corneta capaz de dominar um dragão. Há quem teorize que este é o presente que ele entregará a Cersei. Os mais céticos, acreditam que serão duas bruxas. Mas qual seria o propósito disso no fim das contas?
Cidadela
A sequência de Sam foi absolutamente bem construída! Pra quem assistiu ao último episódio da sexta temporada e pensou que Samwell Tarly tinha chegado ao paraíso… Parece que a Muralha era bem melhor afinal. Incrível o paralelo fezes-comida e o pobre Sam percebendo que talvez fosse mais fácil matar White Walkers do que virar um meistre.
Fomos apresentados ao genial Arquimeistre e conforme já se especulava, o ator Jim Broadbent dando um banho de interpretação.
E claro, Sam já está dando suas escapadas e descobrindo (ou relembrando) que existe uma mina de obsidiana em Pedra do Dragão. Ele vai enviar um corvo a Jon, mesmo sem saber que o cara morreu e voltou. Agora partiu especular: o corvo chega e Jon parte pra visitar Dany. Seria agradável: Oi, Dany! Vim pegar uns minerais raros aqui debaixo das suas pedras. Afinal, o inverno chegou.
Não podemos esquecer de Jorah Mormont que cumpriu sua promessa e parece ter ido procurar a cura para o Escamagris na Cidadela. Sam é mesmo o rei de encontrar personagens aleatórios, não é mesmo?
Shall we begin?
Talvez a cena mais emocionante e esperada do episódio, Daenerys chegou em casa e nós esperamos seis temporadas por isso.
Quando sente a areia no chão, mesmo que já tenhamos presenciado a cena no trailer, é impossível não se arrepiar e lembrar da garotinha dominada pelo irmão na primeira temporada que se torna a principal líder na sexta.
É emocionante ver a Nascida da Tormenta retornar ao castelo em que nasceu e finalmente, desde que era um bebê, ter contato com o que restou de sua família. Vemos Tyrion tão fascinado quanto a própria Dany, tudo é impecável em Pedra do Dragão e vemos o estilo Targaryen como nunca vimos quando Stannis Baratheon mantinha a fortaleza.
Quando Danenerys se posiciona, nos olha nos olhos e convida Tyrion a começar, todos nós vamos juntos.
Veredito
Coerente e mais uma vez dando um show de computação, a HBO entrega o que talvez tenha sido um dos melhores primeiros episódios de temporada que GoT já teve.
Mesmo com pouca ação, tivemos mortes e diálogos memoráveis. Tivemos também algumas pistas do que vem por aí: uma temporada curta, cheia de ação e tramas se desenrolando mais rapidamente. Afinal, o inverno chegou e não há tempo a perder. Vem dragões!
E você, o que achou do episódio?
Confira o teaser do segundo episódio e vem sentir essa ansiedade comigo: