30 de junho: Dia Nacional do Bumba Meu Boi!
A tradição do Bumba Meu Boi pode ser encontrada por todo o Brasil, durante todo o ano. Mas tem importância especial no estado do Maranhão e nas regiões Nordeste e Norte, de forma geral. No Amazonas, seu nome é Boi-Bumbá, presença certa no famoso Festival Folclórico de Parintins. Segundo a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, ele também pode ser chamado de: Boi Surubi, Boi Calemba, Boi-de-mamão, Boi Pintadinho, Boi Maiadinho, Boizinho, Boi Barroso, Boi Canário, Boi Jaraguá, Boi de Canastra, Boi de Fita, Boi Humaitá, Boi de Reis, Reis de Boi, Boi Araçá, Boi Pitanga, Boi Espaço e Boi de Jacá.
Em dezembro de 2019, o Complexo Bumba Meu Boi do Maranhão foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Ele é o sexto bem brasileiro a integrar a lista, se juntando à Pintura Corporal e à Arte Gráfica dos Povos Indígenas Wajãpi, ao Samba de Roda no Recôncavo Baiano, ao Frevo do Carnaval de Recife, ao Círio de Nazaré de Belém e à Roda de Capoeira.
Os festejos contam com personagens humanos e animais fantásticos, sempre destacando o contraste entre nossa fragilidade e a força bruta de um boi. Cheios de música, dança e cores, giram em torno de uma lenda sobre a morte e a ressurreição de um boi.
A história a seguir apresenta variações de acordo com a região do país em que é contada. Inclusive, existem registros de que a narrativa já existia na Europa, antes de o Brasil ser Brasil, e que foi se adaptando ao nosso povo e às nossas peculiaridades antes de assumir o formato que deu origem ao Bumba Meu Boi. Nela, é notável a referência ao conceito de milagre do catolicismo. Mas também são evidentes componentes indígenas e africanos.
A lenda do Bumba Meu Boi
Reza a lenda que a escrava negra Catirina, no auge de seus desejos alimentícios de grávida, fez um pedido bem específico ao marido, o também escravo negro Chico. Para não te confundir, esse Chico não é o mesmo do que dá nome à nossa marca, que também era um escravo e que você pode conhecer clicando aqui).
Pois bem. Catirina pediu a Chico nada mais nada menos que uma língua de boi. Ele que lutasse. E lutou.
Chico não hesitou em tentar satisfazer a amada e logo matou um dos animais do dono da fazenda, que ficou furioso - provavelmente não por se importar com o pobre boi, mas por perder uma de suas posses pelas mãos de outra.
O fazendeiro, então, coloca Chico atrás das grades e manda todos os empregados e escravos saírem à procura do boi. Quando o encontram, o animal já está morto. Mas, com a ajuda de um pajé e para alívio de todos, o companheiro bovino volta à vida, sem nem mesmo precisar esperar chegar o terceiro dia.
Com o retorno do boi, o tal patrão teria perdoado Chico, além de ordenar a celebração de uma grande festa para comemorar a vida do animal. Daí surgiu o Bumba Meu Boi!