Os 10 melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos
Os melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos são sinistramente recentes. Sabe aquela coisa de pensar em 10 anos atrás e imaginar a década de 90? Então, isso rolou por aqui. Perceber que uma década atrás não é noventa e alguma coisa, e sim 2007 foi um tanto quanto estranho. Definitivamente o tempo é uma parada muito louca…
Devaneios à parte, tive boas surpresas preparando essa lista. Primeiro, como falar dos melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos sem lembrar de **Oasis **e seu último trabalho lançado? Nem parece, mas já tem 9 anos que “Dig Out Your Soul” veio ao mundo com hits como “The Shock of the Lightning” e “I’m Outta Time”. Também foi em 2008 que o Coldplay lançou aquele que é considerado por muitos seu melhor álbum: “Viva la Vida or Death and All His Friends”. E lista que segue!
**M****elhores álbuns de rock dos últimos 10 anos: **muitas obras-primas
Tivemos algumas obras-primas entre os melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos. Foo Fighters entrou, literalmente, na garagem para gravar “Wasting Light”. Josh Homme e cia lançaram “...Like Clockwork”, que para muitos é o trabalho definitivo do Queens of the Stone Age.
Os líderes das duas bandas aparecem mais uma vez na lista com o Them Crooked Vultures, projeto de stoner rock que conta com Dave Grohl na bateria, Homme na guitarra e voz e ninguém menos que John Paul Jones, do Led Zeppelin, nos graves.
Já deu pra sacar que teve muito rock bom nessa última década, né? Então, vamos lá! Sem mais delongas, a lista dos 10 melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos:
Oasis – Dig Out Your Soul (2008)
Ainda que tenha menos de 10 anos, esse álbum carrega consigo um misto de nostalgia e, por vezes, tristeza. Trata-se do sétimo e último lançamento de inéditas do Oasis, um ano antes da ruptura da banda após mais uma briga entre os irmãos Liam e Noel Gallagher.
O pior desse cenário de separação é que o disco é ótimo! Apresenta um novo direcionamento para a banda que acabou não amadurecendo em novos trabalhos. “Dig Out Your Soul” traz elementos mais experimentais, flertando forte com o blues e apresentando elementos psicodélicos, com sonoridade mais agressiva e até mesmo sombria.
Noel assina a maior parte das faixas, incluindo “The Shock of the Lightning”, primeiro single. Liam também tem suas contribuições, aparecendo nos créditos de três das 11, sendo uma delas a fantástica balada “I’m Outta Time”. O guitarrista Gem Archer e o baixista Andy Bell são responsáveis por uma faixa cada.
Pra ouvir:
Coldplay – Viva la Vida or Death and All His Friends (2008)
Mais conhecido como apenas “Viva la Vida”, o quarto álbum de estúdio dos ingleses do Coldplay é épico. Primeiro, pela temática que retrata vida, morte e guerra. Segundo, pela sonoridade cheia de camadas e sons que parecem feitos pensando em grandes shows em arenas.
O disco conta com alguns dos maiores sucessos da carreira da banda de Chris Martin: “Lost!”, “Viva la Vida” e “Violet Hill”. Mereceu uma vaga na lista dos melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos
Pra ouvir:
Them Crooked Vultures – Them Crooked Vultures (2009)
**Dave Grohl **e Josh Homme já eram parceiros de longa data quando convocaram o lendário John Paul Jones, do Led Zeppelin, para uma colaboração. O resultado veio ao mundo em 2009 com o nome Them Crooked Vultures e um álbum homônimo. Ignorando completamente o estigma dos supergrupos de rock, os Vultures não decepcionaram: o disco, único lançado por eles, é uma obra-prima.
A bateria potente de Grohl casa muito bem com os graves de Jones, enquanto Homme traz o stoner rock do Queens of the Stone Age em riffs fortes e vocais seguros. A cereja do bolo fica por conta da presença ao vivo do guitarrista Alain Johannes, que já colaborara com QOTSA, Chris Cornell, Mark Lanegan e Desert Sessions, seja como produtor ou guitarrista.
Uma ótima notícia: Dave Grohl disse em entrevista recente que os caras podem voltar a tocar juntos um dia 😉
Pra ouvir:
The Black Keys – El Camino (2011)
Relutei muito para não colocar dois álbuns da mesma banda ou artista nesta lista. Além do extraterrestre David Bowie, só um duo seria capaz desse feito: The Black Keys. Dan Auerbach e Patrick Carney estão na ativa desde 2001 com seu rock baseado em blues. O som dos caras é cru, direto e lembra uma jam de garagem com muita qualidade.
Em 2010, lançaram “Brothers”, álbum que concorreu a incontáveis prêmios e que carrega alguns cavalos de batalha do duo, como “Everlasting Light”, “Next Girl” e “Howlin’ For You” (que já rendeu camiseta Chico Rei). O disco tem status de obra-prima, daqueles difíceis de superar. Só que já no ano seguinte os caras entraram em estúdio pra produzir o sétimo álbum da carreira: ali começava a nascer “El Camino”, que ganhou a vaga nesta lista.
Lançado no final de 2011, ele foi tão bem recebido quanto seu antecessor. Também concorreu (e ganhou) a prêmios e tem um setlist que renderia sozinho um showzão. Minhas três músicas preferidas do Black Keys estão neste álbum: “Dead and Gone”, “Little Black Submarines” e “Nova Baby”. Critério de desempate 😉
Pra ouvir:
Foo Fighters – Wasting Light (2011)
O auge do Foo Fighters parece não ter fim. A banda vem passando por uma maré boa, que dura desde que superaram uma grave crise interna antes do lançamento do ótimo “One By One”, em 2002. Dave Grohl e companhia emplacaram vários clássicos até que ao final da turnê de “Echoes, Silence, Patience & Grace”, em 2008, os caras cansaram e fizeram uma pausa.
Foi tempo para a genialidade de Grohl falar alto mais uma vez. Em 2010, o cara se reuniu com Butch Vig, produtor de “Nevermind”, do Nirvana, e levou a banda para sua garagem. Lá, os caras gravaram um disco de rock cru, com equipamento analógico.
O resultado foi “Wasting Light”, lançado em 2011. Foi o primeiro álbum dos Foo Fighters a alcançar o topo das paradas nos Estados Unidos. Além disso, concorreu a inúmeros prêmios. Fora isso, cabe dizer que é um trabalho impecável daquela que provavelmente é a melhor banda de rock da atualidade.
Tame Impala – Lonerism (2012)
Diretamente da Austrália vem o rock psicodélico do Tame Impala. Formada em 2007, a banda é liderada pelo inventivo multi-instrumentista Kevin Parker, que geralmente escreve e grava tudo nos álbuns da banda.
“Lonerism” é o segundo álbum da banda e foi lançado em 2012. E como de praxe, todas as músicas têm a assinatura e instrumentais quase integralmente gravados por Parker. O frontman, inclusive, declarou que o disco foi gravado revezando estúdios em lugares por onde o grupo tocava e sua própria casa, trazendo o conforto e a falta de compromisso (no melhor dos sentidos) que fomenta a inventividade do projeto.
O álbum é bem homogêneo e pode ser resumido em quatro músicas: “Be Above It”, “Mind Mischief”, “Feels Like We Only Go Backwards” e “Elephant”. Essas canções são carregadas da nostalgia dos bons tempos da psicodelia no rock ao mesmo tempo que não abrem mão da modernidade. É como se a atmosfera do passado encontrasse a tecnologia atual, resultando numa obra de nível técnico elevado. O som do disco do Tame Impala parece uma reunião de John Lennon, Richard Wright (Pink Floyd) e Steve Howe (Yes) tocando com o fuzz de Hendrix.
Pra ouvir:
Arctic Monkeys – AM (2013)
O Arctic Monkeys surgiu em meados de 2002, em Sheffield, cidade localizada na Inglaterra. Uma das bandas de maior sucesso na cena indie rock, a trupe de Alex Turner tem uma carreira consolidada nesses 15 anos. Desponta hoje como uma das bandas de rock que mais engaja fãs mundo afora.
“AM” é o quinto álbum de estúdio da banda e considerado o mais consistente. Os álbuns do Monkeys apresentam uma crescente desde o debute, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, de 2006. Nessa linha, o último lançamento, de 2013, representa naturalmente o ponto alto da carreira da rapaziada nesse (nem tão) começo de carreira.
Minimalista desde a capa, o disco apresenta** batidas fortes**, intimistas e por vezes até obscuras. Foi muito bem recebido pela crítica, graças a hits como “Do I Wanna Know?”, “R U Mine?” e “Arabella” (e sua clara referência ao Black Sabbath).
Pra ouvir:
Queens of the Stone Age – …Like Clockwork (2013)
Desde seu debute, o Queens of the Stone Age vem entregando seguidos trabalhos consistentes, responsáveis por construir uma carreira sólida para a banda. Pois faltava aquele trabalho responsável por unir todas as tribos (como foi o Norvana). “…Like Clockwork” é daqueles álbuns dificílimos de superar.
Lançado em 2013, o trabalho foi aclamado pela crítica e obteve grande sucesso comercial. “Clockwork” conta com o stoner rock tradicional do QOTSA, mas também agrega elementos diferentes, flertando com o rock alternativo clássico, progressivo e baladas fortes. A lista de participações especiais não decepciona: tem Dave Grohl na batera da maioria das faixas, Mark Lanegan, Nick Olivieri, Alex Turner, Trent Reznor e até Sir Elton John, que empresta seu piano e vocais na faixa “Fairweather Friends”.
“…Like Clockwork” é daqueles discos que dá pra escutar por uma vida inteira sem cansar. Na minha opinião, é **o melhor **entre os melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos.
Pra ouvir:
David Bowie – The Next Day (2013)
Fora o seu legado e tudo aquilo que representa para a música, a falta que David Bowie faz é potencializada por seus dois últimos trabalhos. O penúltimo, “The Next Day”, de 2013, é o 27º da carreira do camaleão do rock. Em apenas uma semana, chegou no topo dos mais vendidos no Reino Unido, algo que Bowie não conseguia desde “Black Tie White Noise”, de 93.
O trabalho tem muito David Bowie: rock, baladas e ótimos refrões, com claras referências aos anos 80. Fora isso tudo, quebrar um hiato de 10 anos de um dos maiores nomes da história da música não é pouco, né?
Pra ouvir (e assistir):
Black Sabbath – 13 (2013)
Parecia um sonho de fã tão distante que, àquela altura, ninguém cogitava. Em 2011, Ozzy Osbourne surpreendeu a todos ao revelar que existiam negociações para um retorno do Black Sabbath. Pois dois anos depois o Black Sabbath arrebatou os fãs de rock mais uma vez com um belíssimo álbum de despedida. E toda a comoção em torno de “13” não é gratuita. Esse foi o primeiro disco de estúdio com Ozzy, Tony Iommi e Geezer Butler em 35 anos.
A parte negativa fica com o fato de o baterista original, Bill Ward, ter ficado de fora da reunião. Ward foi muito bem substituído pelo baterista do Rage Against The Machine, Brad Wilk.
O material resgata a sonoridade clássica dos primeiros anos da banda. Traz um rock direto e riffs marcantes, marca-registrada de Iommi. A edição comum de “13” conta com 8 faixas épicas, que por vezes chegam a quase 9 minutos de duração. É Sabbath de raiz!
Pra ouvir:
Playlist: as melhores músicas dos melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos
Chegamos ao final de mais uma lista e sabe o que isso significa? Se você pensou em “playlist”, acertou! Montei uma seleção no Spotify com as melhores músicas dos melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos. Aumenta o som que é rock n’ roll: