Política e Mídia : questionamentos de House of Cards
De acordo com o livro O Príncipe, de Maquiavel, para ser um bom governante deve-se acreditar na premissa “ os fins justificam os meios” , deixando a ética em stand-by quando necessário. Frank Underwood segue fielmente essa linha da primeira a quinta temporada de House of Cards.
O início da série ja conta com uma relação de simbiose entre** política e jornalismo**, com a “parceria” entre Zoe Barnes e Frank (simbiose que dura até o momento em que Zoe se transforma em um empecilho na ascensão de Frank e ele a empurra nos trilhos do metrô).
A dependência que os políticos criam com a imprensa é enorme; já que os meios midiáticos – principalmente os mass media – são usados o tempo inteiro para a manipulação de informação. As manobras e intrigas dos bastidores políticos são ou não divulgadas pela imprensa; tudo é determinado de acordo com a estratégia do jogo de cada emissora/empresa e político.
A mídia é explorada pelo campo da política, mas por vezes essa relação se inverte já que com o passar do tempo as regras e ações da mídia passaram a ter uma força normativa na política; através da adaptação de discursos de políticos, da expansão das agências de comunicação e imprensa dos partidos e governos, e até mesmo da preocupação com a imagem pessoal, que se torna uma das principais de muitos políticos, por exemplo.
House of Cards consegue despertar em nós vários questionamentos sobre o funcionamento da sociedade, da política e suas relações através da mídia. Que o fazer político é cada vez mais dependente do fazer comunicacional nós temos certeza; mas a forma que as plataformas “traduzem” e explicam o mundo político é que deve ser feita com mais** ética e clareza**.
Thomas Jefferson – principal autor da declaração da independência dos EUA e terceiro presidente do país- observou:
“ … se fosse deixado a mim decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não deveria hesitar por um momento em preferir o último…”
A deixa foi dada para a lista que se segue com as quatro cenas em que política e mídia convergem na série:
1.
2.
3.
4.