Quantas páginas você consegue ler em um ano?
Trocar qualidade por quantidade nem sempre é um grande negócio, principalmente se levarmos em conta o tempo necessário para cumprir uma meta arriscada. Mas este ano alguns blogs de literatura lançaram um desafio para estimular seus leitores a compartilharem suas experiências e interagir entre si resenhando sobre cada obra lida durante o ano de 2014.
A ideia proposta pelos **bookaholics **de plantão é sair da zona de conforto, se desapegar do atrativo de capas, títulos, estilos, autores e ler tudo que tiver pela frente para alcançar o maior número de páginas que conseguir. Coloque na ponta do lápis e some tudo que leu este ano. Jornais, e-books, pdf’s revistas, bulas, livros, relatórios, manuais, receitas, whatever.
Quando comecei a escrever sobre este tema, pensei: para mim, ler não é um esporte, nem uma competição. Trata-se mais de uma degustação sem corrida contra o relógio. Cada livro tem seu tempo certo e pode levar apenas uma sentada ou meses, pois tudo depende da época na vida do leitor e da capacidade de mergulhar a fundo em cada história. Pensando por esse lado, a pergunta que surgiu em minha mente foi “Por que então eu iria querer participar de um desafio como esse?”
Como se minha própria mente quisesse me provocar, devolveu a pergunta: “E por que não tentar? O que pode haver de ruim nisso?” Afinal como diria o bom mineiro, carro apertado é que canta, né? Metas arrojadas aliadas a um aspecto de urgência são poderosos instrumentos capazes de trazer uma disciplina mental incrível.
Stephen King, por exemplo, estabeleceu uma rotina básica para sua vida. Ele se levanta todos os dias às sete da manhã, toma uma ducha, prepara seu café, tranca-se em seu escritório, abre seu laptop e só sai de lá após completar 1000 palavras. Todo santo dia, inclusive fins de semana e feriados. Às vezes ele leva apenas quatro horas para cumprir sua meta, mas pode chegar a virar a noite dependendo do nível de inspiração. O fator primordial é a disciplina que o escritor impôs à sua própria mente. Não é a toa que ele lança pelo menos 800 páginas por ano.
A preguiça é tentadora, mas pode levar a um atrofiamento da nossa capacidade intelectual. Por isso, aproveite para preencher os inevitáveis momentos de ócio involuntário (fila do banco, transporte público, intervalo da novela) com suas leituras. Só não vale trapacear e ler sem prestar atenção. Os livros têm o poder de nos fazer pessoas melhores, mais equilibradas e com vontade de aprender sempre mais sobre a imensa sabedoria da vida. Sim, nem tudo está livre para dar ctr+c ctrl+v na internet. portanto, permita que sua mente se expanda e não tenha medo de fracassar, pois neste jogo não há derrota e cada página lida é uma vitória.
Confesso que minha média de leitura está um pouco abaixo do normal (já cheguei aos 50 livros por ano num passado remoto), mas vamos lá. Até agora, considerando só livros, meu desempenho foi o seguinte:
– Inferno – Dan Brown – 511 páginas
– My Bloody Roots – Max Cavalera – 208 páginas
– O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares – Ransom Riggs – 336 páginas
– Trem Noturno para Lisboa – Pascal Mercier – 462 páginas
– Hollow City – Ransom Riggs – 279 páginas
– A Verdade sobre o caso Harry Quebert – Joël Dicker – 572 páginas