Santiago: ir ou não ir, eis a questão!
Com os dedos prontos para caminhar pelo teclado e digitar sobre Santiago, bateu uma dúvida na cabeça: o quanto vale conhecer a capital chilena? A terra de Pablo Neruda não tem a noite de Bogotá, nem o tempero da comida portenha, tampouco a calmaria de Montevideo**. Se fosse uma competição de qual capital na América do Sul visitar, onde estaria Santiago em minha lista?**
Na largada estaria nas cabeças! A receptividade e o carinho transbordam pelo povo, com tranquilidade e simpatia de sobra quando nós, perdidos por aquelas terras, precisamos de una ayuda! Caminhar pelas ruas é leve, tomar um taxi é seguro e ser atendido de forma bacana uma garantia.
Já no próximo trecho da disputa, Santiago fica pra trás: considerando toda a sua dimensão, a maior cidade do Chile tem poucas opções de turismo, se compararmos a outras metrópoles sul-americanas. Mas nem por isso ficam no retardatário: existem poucas, mas boas opções por lá. Confira comigo no replay as 3 opções que achei mais bacana:
Vinícolas: A Concha y Toro é a segunda maior produtora de vinhos do Mundo e com pouco mais de 1 hora de metrô e poucos minutos de taxi, você pode bater por lá para um dia de provas de uvas e vinhos – com sorte sua guia te deixará bêbado com tantas taças, assim como nós ficamos. Então eu tipo, considero pra caramba a Concha y Toro e essas taças podem ter influenciado em minha opinião. Além do passeio pelas terras cheias de parreiras e tonéis, meu pedido maior fica aqui: almoce no restaurante dentro da vinícola, ele é paixão a primeira vista e mesmo com preços salgados, garanto que a comida é no ponto da perfeição! Além da Concha y Toro, existem vários roteiros para conhecer pequenos produtores pela região.
Marmotagem entre as parreiras. Provar uvas foi uma das melhores partes da viagem!
Embalse el Yeso: Represando as águas do Río Yeso, **2 lagos se formam em meio aos Andes com um azul de beleza rara! **O ritmo bucólico, bem pertinho de Santiago, vale o passeio de um dia completo. São 2 horas de estrada em meio a cabras e cavalos selvagens, em estradas quase desertas. Há um grande porém: tem que ser bom de volante! Grande parte é por caminhos de terra beirando precipícios e cruzando com caminhões enormes. **A dica é tomar coragem, alugar um carro e pegar rumo! **Mas não diga que não avisei sobre os perigos 😉
Entre a beleza do lago e o medo da estrada.
Parceiros de caminho
Casa de Pablo Neruda: A casa é uma obra de arte por completo. Me encanta como as casas de pessoas interessantes como Pablo se adaptam ao seu modo de vida. Os 10 mil pesos de entrada valem para quem já está junto e misturado com o poeta ou para quem, assim como eu, tem a oportunidade de conhecê-lo um tanto mais. E ainda no final tem uma lojinha simpática te esperando para gastar seus ricos dinheiros!
A casa de Neruda e todo o seu charme
Seguindo a competição, um ponto a menos para a capital chilena: a poluição. Confinada entre os Andes, o ar da cidade parece pouco se renovar e normalmente a vista é embaçada, impedindo até mesmo a vista das montanhas que a cercam. Aquelas fotos bacanas de prédios beirando as montanhas cheias de neve são para sortudos, geralmente em períodos de chuva.
Para não deixar a peteca cair, Santiago tem uma carta na manga: bate-voltas de 1 dia dando um alô para lugares bacanas como Valparaiso, Viña del Mar, Valle Nevado e Cajon del Maypo – onde fica o Embalse el Yeso, que já falei ali em cima, para quem não tá no clima de metrópole o tempo todo.
Nesse cabo de força, com uma opinião do fundo da alma, Santiago vale sim a visita, mas talvez depois de outras cidades da América do Sul tão ou mais bacanas quanto a capital chilena. Mas na verdade em nenhuma encontrará o exemplo da palavra ordem como por aquelas terras, e raras as vezes uma população tão amável, como a da lenda se sua flor nacional, o Copihue, que deixo aqui neste post:
Duas tribos rivais, separadas por um rio, tinham em segredo a paixão do príncipe dos Mapuches pela princesa dos Pehuenche. Aos serem descobertos, flechas cruzaram as águas e acertaram seus corações. Nasceram do sangue do príncipe as flores vermelhas de Copihue e da princesa as brancas. A flor vermelha é encontrada aos montes pelo sul do país, a branca raramente. E história por aquelas terras contam que flores de cor rosa são vistas muito, muito raramente 😉
Copihue, a flor nacional do Chile