Cemitério queridos, quer lugar mais assustador e controverso?
Um monte de gente morta, umas queridas e outras nem tanto, enterradas com toda a sua história e representação em um espaço em que podemos ir. Um corpo que mesmo escondido ainda pode ser “acessado”.
No Brasil, muita gente ainda vive o preconceito da visita a cemitérios, é muita dor e saudade em um único espaço, o que pode ser um tabu para muitas pessoas, para outras são um espaço de muito conhecimento e arte. Muita gente não sabe, mas os cemitérios são muito importantes, pois além de serem ricos em obras de arte, possuem valor histórico, religioso, social e filosófico. Carregam uma dimensão muito bacana de conhecimento e reflexão para todos nós.
O Cemitério do Père-Lachaise, em Paris, os visitantes além de ter o privilégio de explorar o patrimônio artístico e arquitetônico, também buscam túmulos de famosos que estão sepultados lá. Personalidades como Oscar Wilde, Chopin, Jim Morrison, Edith Piaf, Allan Kardec, Maria Callas, Pedro Abelardo, Molière, entre muitos outros… é poder falar da história e reconhecimento de seres ilustres exatamente no local onde estão enterrados
Mesmo com toda essa carga histórica, morte, túmulo, jazigo nos lembram o que? Assombração querido, e aprender com aquele friozinho na espinha é o diferencial
Põe um tênis, prepara os lanches e segue esse roteiro histórico, turístico e quem sabe, assombrado pelos cemitérios mais visitados do Brasil.
1. Cemitério de São João Batista, Rio de Janeiro, Brasil
O Cemitério de São João Batista é uma necrópole municipal .Possui cerca de 25 mil túmulos, com aproximadamente 65 mil corpos sepultados, a maioria de católicos.
Em 5 de outubro de 2015, tornou-se o primeiro cemitério da América Latina a entrar para o Google Street View, permitindo a realização de uma "visita virtual" pelo seu interior. Além disso, alguns dos jazigos de personalidades famosas também receberam placas de QR Code, que permitem a obtenção de informações sobre os ocupantes dos túmulos.
Em 16 de outubro de 1851, foi oficialmente inaugurado em 4 de dezembro de 1852, no dia que foi enterrada uma menina com menos de quatro anos, de nome Rosaura.
O projeto da portaria monumental e dos gradis da parte frontal são de autoria do arquiteto Francisco Joaquim Béthencourt da Silva.
Lá também estão as criptas da Academia Brasileira de Letras, dos soldados brasileiros mortos durante a Primeira Guerra Mundial, dos aviadores do Brasil, dos marinheiros do Encouraçado São Paulo mortos durante a Revolução de 1924 e dos veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Pela grande quantidade de pessoas famosas ali sepultadas, o São João Batista é conhecido como "o cemitério das estrelas". É também a necrópole que mais abriga tumbas de chefes de estado no Brasil, com pelo menos oito ex-presidentes da república, diversos primeiros-ministros do Império e até um ex-chefe de governo estrangeiro (Marcello Caetano, ex-presidente do Conselho de Ministros de Portugal).
Alguns dos mortos ilustres enterrados:
Baden Powell de Aquino - Compositor e violonista
Bussunda - Jornalista, cronista esportivo, editor de revista, ator, escritor, humorista, comediante, dublador
Cândido Portinari - Pintor
Carlos Drummond de Andrade - Poeta
Cazuza - Cantor e compositor
Chacrinha - Comunicador e apresentador de televisão
Luis Carlos Prestes - Militar, político, revolucionário e militante comunista
Tom Jobim - Compositor
Zuzu Angel - Estilista
2. Cemitério da Consolação, São Paulo, Brasil
O Cemitério da Consolação é a mais antiga necrópole ainda em funcionamento na cidade de São Paulo e uma das principais referências do Brasil na área da arte tumular. Localizado no distrito da Consolação, região central da capital paulista, foi fundado em 10 de julho de 1858 e inaugurado oficialmente em 15 de agosto do mesmo ano com o nome de Cemitério Municipal, tendo uma área de 76 340 m².
Seu principal objetivo na época era de garantir a salubridade e evitar epidemias, pois viria para substituir o hábito então recorrente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas.
Com a prosperidade da aristocracia cafeicultora e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar obras de arte produzidas por escultores de renome, que serviam para ornamentar os jazigos de personalidades importantes na história do Brasil.
Lá fica o monumento mausoléu da família Matarazzo, considerado o maior da América do Sul, alcançando uma altura de aproximadamente um prédio de três andares.
Na época, um túmulos suntuosos eram visto como sinal de status social. Havia uma verdadeira competição entre as famílias abastadas que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze.
O cemitério é tido por muitos como um museu a céu aberto, abrigando túmulos de personalidades históricas e famílias ilustres da sociedade brasileira e da sociedade paulista.
Além disso, é também referência na arte tumular no Brasil, reunindo cerca de mais de trezentas obras de escultores como Victor Brecheret, Celso Antônio Silveira de Menezes, Nicola Rollo, Luigi Brizzolara e Galileo Emendabili e do arquiteto Ramos de Azevedo, chamando a atenção não somente dos apreciadores de arte como de fotógrafos e até mesmo estudantes de arquitetura.
Alguns dos Mortos ilustres enterrados:
Antonio Agù - Fundador da cidade de Osasco.
Carlota Pereira de Queirós - médica e ativista política.
Mário de Andrade - poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista e ensaísta Marquesa de Santos - Nobre e cortesã.
Otávio Gabus Mendes - Autor.
Paulo Goulart - Ator.
Ruth Cardoso - Antropóloga.
Tarsila do Amaral - pintora, autora de famosas obras como Abaporu e Operários.[13]
Victor Dubugras - arquiteto.
3. Cemitério Campo Santo, Salvador, Brasil
O Cemitério do Campo Santo é uma necrópole situada em Salvador.
É conhecido pelas belas imagens de santos que se constitui um museu a céu aberto. É o mais antigo de Salvador e um dos mais antigos do Brasil, sendo o maior do norte, nordeste e centro-oeste do Brasil.
Nele se encontram as criptas das mais elevadas personalidades do estado. A construção de um local específico onde os vivos pudessem orar próximos a seus mortos consta do primeiro projeto de construção do Campo Santo, inaugurado em 1836. Criado para atender à demanda surgida com a proibição de sepultamentos em igrejas e conventos, o Campo Santo foi atingido no mesmo ano pelo movimento conhecido como "Cemiterada", quando foi invadido e quase totalmente destruído por adeptos de irmandades religiosas e simpatizantes. Durante esta invasão, além de todo o muro da frente, parte da capela foi derrubada.
A Santa Casa de Misericórdia adquiriu o Campo Santo em 1840, e no ano seguinte deu início às obras para reconstruí-lo. Devido à carência de recursos, foi somente em 1870 que se iniciou a construção da atual capela, projetada pelo arquiteto Carlos Croezy. Erguida em estilo gótico e inaugurada em 6 de junho de 1874, a capela constitui-se no ponto de destaque do acervo arquitetônico do Campo Santo.
Alguns dos mortos ilustres enterrados:
Antônio Carlos Magalhães - Politico Bahiano
Antônio Frederico de Castro Alves - Escritos
Domingos Borges de Barros - Visconde de Pedra Branca
Henriqueta Martins Catharino - Uma das primeiras feministas do Brasil
Luiz Eduardo Magalhães - Político brasileiro
Oscar Freire - Médico brasileiro
Juliano Moreira - Médico Psiquiatra e Professor
4. Cemitério Bonfim, Belo Horizonte, Brasil
O Cemitério do Bonfim é a necrópole mais antiga de Belo Horizonte. Foi inaugurado em 8 de fevereiro de 1897.. O traçado arquitetônico do cemitério obedece ao traçado geométrico da cidade. É composto por 54 quadras, divididas entre duas alamedas principais e diversas ruas secundárias.
O cemitério conta com todo o cadastro de pessoas sepultadas informatizado. O edifício do necrotério foi tombado em 1977 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).
Você já parou pra pensar o quanto um cemitério pode dizer sobre a história de uma cidade?
Muitas histórias de personagens, famílias foram contadas. E, até algumas lendas urbanas que rodeiam o cemitério, que fazem parte do imaginário fantasioso de qualquer sociedade. As lendas, de alguma maneira, expressam as relações, medos e construções sociais.
Por estar no médio da capital mineira,
Alguns dos mortos ilustres enterrados:
Benedito Valadares – governador de Minas Gerais
Bernardo Pinto Monteiro – senador
Carlos Flávio – filho de Carlos Drummond de Andrade
Franciso Silviano de Almeida Brandão – vice-presidente
Júlia Kubitschek – mãe de Juscelino Kubitschek
Olegário Maciel – governador de Minas Gerais
Raul Soares de Moura – ministro da Marinha
5.Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Brasil
Cemitério Municipal São Francisco de Paula é a necrópole mais antiga do município brasileiro de Curitiba, estado do Paraná. Localizado no bairro São Francisco, é administrado pela Prefeitura e possui mais de 5.700 túmulos.
Com a criação da Província do Paraná e a proibição dos enterros junto às igrejas, determinada pela Carta Régia de 1801, houve a necessidade da criação de um cemitério controlado pela governo, portanto, no dia 1 de dezembro de 1854 foi lançado a pedra fundamental do cemitério, por Zacarias de Góes e Vasconcelos (o primeiro presidente da província), no terreno adquirido do padre Agostinho Macedo de Lima. Como os recursos eram escassos, as obras foram lentas e interrompidas em 1857; sendo retomado sua construção em várias etapas, até que em 1866 foi concluído, mas o primeiro sepultamento ocorreu somente em 1 de janeiro de 1883, quando foi enterrada uma menina de nome Maria.
Em meio a setenta e cinco mil pessoas enterradas no São Francisco de Paula, encontram-se algumas das principais personalidades paranaenses, como políticos, militares, religiosos e artistas; porém, o jazigo mais visitado é o da Maria da Conceição Bueno, considerada uma santa popular. Outra curiosidade, é a sepultura do Barão do Serro Azul, construída em 1894 sem o corpo do falecido. Somente anos mais tarde o seu corpo foi transladado para o cemitério, mas não foi sepultado em seu jazigo e ainda hoje é desconhecido o local exato em que repousam seus ossos.
Alguns dos mortos ilustres enterrados:
Enedina Alves Marques - Primeira engenheira mulher e negra
Barão do Serro Azul - Um revolucionário apoiar do levante ruralista
Maria da Conceição Bueno - considerada uma santa popular.
O jazigo da família Lazzarotto
6- Cemitério Municipal de Varginha, Varginha, Brasil
Iniciou a construção em 1912, após inúmeras brigas com os religiosos locais, o cemitério passou a ser laico e municipal apenas em 1918. Nesse ano foi feito o primeiro enterro no local a fim de suprir as demandas dos enterros ocasionados pela gripe espanhola, que só no mês de novembro de 1918 vitimou 114 pessoas na cidade.
Por ser um cemitério de cidade pequena, carrega em seu espaço arquiteturas diversificadas e muitas tentativas de imitação de obras antigas. Em sua entrada um dos cipreste mais antigos da cidade, um árvore simbólica que carrega o desejo da ressurreição.
Por ficar em um coração mineiro e em meio ao catolicismo ferrenho costumeiro, as obras carregam símbolos cristãos diversos, um verdadeiro mostruário de arte sacra mortuária.
Alguns dos mortos ilustres enterrados:
Roque Rotundo - Padre que batizou Getúlio Vargas
Joaquim Paraguai - Médico Voluntário na Guerra
Marco Eli Chereze - Militar morto após “capturar” o ET de varginha.