"Reserve o seu direito a pensar, mesmo pensar errado é melhor do que não pensar."
A frase do título desse post é de Hipátia de Alexandria, uma filósofa grega neoplatônica nascida entre o ano de 351 e 370. Criada em um ambiente de muitas ideias, tinha uma forte ligação com o pai, Téon, e compartilhavam a paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Hipátia estudou matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia, artes, oratória e retórica. É considerada a primeira mulher matemática da qual a humanidade tem registro. Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Era obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam por que jamais se casara, respondia ser casada com a verdade.
Hipátia submetia-se a uma rigorosa disciplina física em busca do ideal helênico de mente sã em corpo são. De acordo com registros de um de seus alunos, Sinésio de Cirene, ela teria construído um astrolábio, um hidrômetro e um higroscópico (material que absorve água). Em 415, foi atacada na rua em uma emboscada que tirou sua vida. Por defender o racionalismo científico, havia sido acusada de blasfêmia e sentimentos anticristãos, embora tivesse alunos com crenças religiosas variadas e nunca tenha se declarado avessa ao cristianismo.
Da Antiguidade, saltamos à Idade Moderna, com Mary Wollstonecraft. Escritora inglesa do século XVIII, filósofa e defensora dos direitos das mulheres. Seu trabalho mais conhecido é Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher, de 1792, no qual defende que a educação poderia ser a salvação das mulheres e lança uma das primeiras reivindicações pelo sufrágio feminino. A primeira edição da obra se esgotou no primeiro ano. Wollstonecraft morreu aos 38 anos, deixando vários manuscritos inacabados apenas dez dias após dar à luz sua segunda filha, Mary Wollstonecraft Godwin, que também se tornaria escritora, com o nome de Mary Shelley, a autora de Frankenstein.
Outro avanço no tempo, chegamos à Idade Contemporânea. Em 1908, nascia a francesa Simone de Beauvoir. Embora não se considerasse uma filósofa, Simone influenciou de maneira significativa o existencialismo e a teoria feminista. Estudou Filosofia na Universidade Sorbonne, em Paris, onde conheceu o também filósofo Jean-Paul Sartre. Os dois mantiveram um relacionamento aberto por toda a vida. Aos 23 anos, virou professora de Filosofia na Universidade de Marselha e começou a publicar ensaios, romances e livros com reflexões sobre o papel da mulher na sociedade. Morreu aos 78 anos pelo agravamento de uma pneumonia. Foi enterrada no Cemitério de Montparnasse, no mesmo túmulo de Sartre.
Negra, ativista, marxista e feminista, Angela Davis é professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Nasceu no Alabama, em 1944, um dos estados mais racistas do sul dos Estados Unidos. Integrou o Partido Comunista norte-americano e foi candidata à vice-presidência da República em 1980 e 1984. Ligada ao Panteras Negras, foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”. John Lennon e Yoko Ono lançaram a música Angela em sua homenagem e os Rolling Stones gravaram Sweet Black Angel pedindo sua libertação.