Há quem chegue na estação afobado, com os olhos grudados no relógio e a pressa de chegar logo ao seu destino. Já outros, vão à estação apenas para ver o movimento que tem, observando o trem que vem de cá e o expresso que parte para o lado oposto. Um admirador nato, que aproveita os hiatos da vida para ver o fluxo das coisas, entre abraços de despedida e afagos que embalam a chegada. Em meados dos anos 1960, Milton Nascimento entrou em um vagão especial que tinha como missão fazer do mundo sua ferrovia.
Carioca de berço e mineiro de coração, ele foi para Belo Horizonte estudar e encontrou na música sua grande paixão, paixão essa que não demorou a ser descoberta por todos. Em 1972, Milton juntou-se com Lô Borges, Beto Guedes, Márcio Borges e outros amigos para dar vida ao Clube da Esquina, um dos grupos mais influentes da música brasileira . Nas palavras do próprio Milton, o Clube “não pertencia a uma esquina, a uma turma, a uma cidade, mas sim a quem, no pedaço mais distante do mundo, ouvisse nossas vozes e se juntasse a nós.”
Acontece que Milton canta com o coração, como um caçador de si que se permitiu sentir e sentindo, entregou ao mundo toda a poesia de transformar a vida em canção. Como bem disse, “o trem que chega é o mesmo trem da partida” e, embora o som da maria-fumaça siga ecoando, ele fez sua parada final no dia 13 de novembro de 2022, no show que fechou A Última Sessão de Música , sua turnê de despedida dos palcos.
Com 60 anos de carreira e 80 anos de vida, Milton Nascimento prestou sua última homenagem aos fãs com uma turnê que percorreu vários estados do Brasil e marcou presença por diversos países.
A gente pensa que sabe de tudo até ouvir Milton cantar e daí entendemos que é dos sonhos que a vida se alimenta e o grande Bituca transformou tudo isso em repertório, com palavras inventadas que voam na esperança de que alguém as encontre e queira cantá-las também . Mal sabia ele que tantas pessoas aceitariam esse convite e cantariam seus sentimentos com a emoção de quem divide as batidas de um mesmo coração. Bituca despediu-se dos palcos, mas jamais da música!
O vagão da Chico Rei segue viagem pelas estradas ao lado do Bituca
Seja em carreira solo ou como integrante do clube mais famoso do Brasil, Milton Nascimento fez história e segue sendo homenageado por todos, inclusive por nós, que tivemos a honra de estampar um pouco dessa trajetória em uma coleção oficial cheia de poesia, cor, musicalidade e história.
Em nossa coleção tudo cabe, das viagens de ventania aos sonhos mil que jamais envelhecem e te ajudam a carregar no peito a potência desse grande artista, ao qual nós também chamamos de poeta. Além de criar estampas que contam a história do grande herói das estradas , como a camiseta Geraes , Bituca , Travessia e tantas outras, nós acompanhamos Milton durante a partida de seus últimos trens, afinal, com ele aprendemos a amar a estrada e distribuir todo esse amor por aí!
Tem encontro que marca a gente pra sempre e esse certamente é um deles! O carioca mais mineiro que já existiu despediu-se dos palcos mas continua presente em nossas histórias, corações, vozes e, claro, em uma coleção cheia de afeto e significado. Confira as canecas, posters, meias e camisetas do Milton Nascimento em nosso site .