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Vamos de lista de filmes feministas para terminar nossas postagens no blog sobre o Dia da Mulher.
**Foi estabelecido um recorte muito grande de observação dos filmes, nesses, foi visto que apenas 30,9% de todos os personagens com falas são mulheres, de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia do Sul, em parceria com o Instituto de Mídia e Gênero Geena Davis, ONU Mulheres e Fundação Rockefeller.
Papéis de liderança dificilmente são dados a personagens femininas, representando apenas 13,9% de cargos executivos e 9,5% de cargos políticos de alto escalão.
No campo das artes como um todo, a discussão sobre o espaço da mulher é questionado há muito tempo. Nos anos 80, as “Guerrilla Girls” protestaram em frente ao MOMA (Metropolitan Museum of Art), questionando o motivo de 85% dos nus artísticos da coleção do museu naquela época serem femininos, mas existirem apenas 5% de artistas mulheres em toda a exposição.
A cartunista norte-americana Alison Bechdel notou a participação secundária das mulheres em filmes e decidiu criar o “Teste de Bechdel”, que levaria em consideração três critérios:
1. O filme precisaria ter no mínimo duas mulheres, com nomes e creditadas.
2. As personagens precisariam conversar uma com a outra
3. As personagens precisariam conversar sobre algo que não seja um homem.
Parece fácil, né? Mas muitos filmes reprovam o desafio. A ideia não é determinar se são filmes feministas ou não, mas avaliar a relevância da participação dos personagens femininos e sua independência em relação aos homens da história.
Vamos ver quais filmes passaram nesse teste e estão na nossa lista de filmes feministas? Segue aí.
5 filmes feministas
Estrelas além do tempo
É um filme norte-americano de 2016, dirigido por Theodore Melfi e escrito por ele e Allison Schroeder. Conta a história de Katherine Goble Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, que virá a se tornar engenheira.
As três trabalham na NASA, são mulheres negras e sofrem todos os tipos de segregação e preconceitos comuns à época. São extremamente determinadas e conscientes de suas capacidades intelectuais e de trabalho, passam o filme todo tendo que provar uma capacidade que já vem sendo mostrada. Mulheres brilhantes esquecidas pela história, retornam nesse filme, mais uma vez.
Cisne negro
O filme gira em torno de Nina Sayers, bailarina de uma companhia novaiorquina de balé, que tem toda a sua vida consumida pela dança. O diretor artístico da companhia decide substituir a bailarina principal na apresentação de abertura da temporada, O Lago dos Cisnes. Nina é sua primeira escolha, mas surge uma concorrente, a nova bailarina, Lily, que deixa o diretor impressionado. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, estabelecendo uma rivalidade fomentada na necessidade de Nina em desenvolver um lado “cisne negro”. Ela passa, com isso, a conhecer o seu lado mais sombrio, prejudicando seu equilíbrio psicológico. Lily e Nina falam muito sobre como é ser uma bailarina, seus anseios e até sobre as deturpações que rolam na cabeça de Nina. O filme toca em situações muito sensíveis do universo feminino, o sexo, o corpo e muitas outras. É muito interessante ver como o lado obscuro da personagem a torna mais suscetível a esses temas.
Erin Brockovich- Uma mulher de talento
Erin Brockovich é uma mãe solo de três filhos, que sofre um acidente de trânsito e processa o autor. Durante o julgamento da ação, o “comportamento” de Erin os prejudica e eles perdem. O advogado, sensibilizado com a situação de Erin, no momento desempregada com 3 filhos, aceita que ela trabalhe no seu escritório. Lá ela tem acesso ao caso de Donna Jensen, no município de Hinkley, Califórnia. Erin começa cavando o caso e encontra evidências de que as águas subterrâneas em Hinkley estavam contaminadas com [cromo hexavalente](https://pt.wikipedia.org/wiki/Cromo_hexavalente), um cancerígeno . Todos dão a causa como perdida, mas Erin insiste e a empresa responsável pela poluição paga 333 milhões para a população local. A atriz Julia Roberts ganhou um Oscar por esse filme, que é um clássico do empoderamento feminino e da relação das mulheres com os ambientes de trabalho e midiáticos.Que horas ela volta?
Val, uma mulher de Pernambuco, vai para São Paulo, deixando para trás sua filha Jéssica. Depois que se muda, encontra um emprego de babá e depois de empregada doméstica em uma casa de família de classe alta.De repente, sua filha decide ir a São Paulo para fazer um vestibular, na mesma época em que o filho dos patrões. Jéssica pede apoio a mãe, que acredita em uma segunda chance para um melhor relacionamento entre as duas.
Mesmo assim, a convivência é complicada, ainda mais pela personalidade da garota e a forma como ela se comporta na casa e perante os patrões. Ela não age com a mesma submissão que a mãe, ficando mais à vontade e não aceitando a separação de classes imposta no lugar.
O filme é uma obra-prima, com críticas direcionadas às diferenciações de classes, inclusive às “invisíveis”, existentes nas relações humanas de trabalho.
As duas mulheres do filme dão um verdadeiro show de atuação! O filme é dirigido e escrito por uma mulher, o que estabelece outro olhar sobre o vínculo de mãe e filha.