Já tive oportunidade de visitar apartamentos muito bem montados. Quero dizer, com um acabamento de primeira, bons móveis num espaço bem legal. Até aí, ok. O problema é que eu tinha a sensação que aquela sala poderia ser também um mostruário em uma loja de móveis ou uma sala de espera de um consultório chique. Isso porque, embora o ambiente fosse uma combinação de bons elementos, não havia alma nem personalidade dos que ali habitavam.
Decoração para mim, é como a roupa que eu uso no dia-a-dia. Tem que ter minha cara, tem que atender minhas necessidades e coadunar com meu estilo de vida. Assim como temos essa preocupação de mostrarmos um pouco de nós através da maneira que nos vestimos, acredito que é possível imprimir essa personalidade também no lugar onde vivemos.
Acho que aprendi isso com a minha mãe. Na casa dela, tudo é ela. Cada objeto, cada detalhe. Adoro quando as pessoas vão na minha casa e me dizem “nossa, isso aqui é a sua cara” (referindo –se ao um objeto, talvez).
Mas isso leva tempo, porque não nascemos e nem permanecemos com o mesmo estilo. Tanto que vez ou outra, enjoamos de algo que sempre tivemos apreço.
Eu sempre me pergunto: será que um dia minha casa vai ficar pronta? Sem faltar nenhum detalhe? Provavelmente, não. E isso que é o bacana, é aí que entra a “alma” da casa. Ao ver uma determinada peça em uma loja, já imaginar ela naquele cantinho em que ficaria lindo. É ver sua parede lotada de coisas penduradas, mas não resistir em colocar mais aquele pôster que diz tanto sobre você.
Vamos então sair do catálogo das lojas de móveis e vamos “vestir” nossa casa como se estivéssemos vestindo a nós mesmos. Mostra a sua cara, mostra a sua casa.
É uma delícia, te garanto.