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Assistidos Pandêmicos #2

Maratonando tudo e todos, do luxo ao lixo, com resenhas em pílulas quase sem spoiler: #ficaadica pra quem #ficaemcasa


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Assistidos Pandêmicos #2

DOM

Diferente do ex-juizeco lá... Já chego declarando suspeição, porque sou incentivador incondicional do cinema nacional. Sim, faço vista grossa pra muita coisa e falo que é foda. Contudo, DOM foge à regra, nascendo como superprodução: um baseado em fatos reais com roteiro amarradinho, preparação de elenco cuidadosa e estrutura de flashbacks que soma no andamento da série. No mais, é daqueles casos onde o coadjuvante rouba a cena: a saga do pai, Flávio Tolezani, é mais interessante que a do filho, Gabriel Leone. Falando em vista grossa, aprendam de vez: lente azul não funciona nas telas, vide as pupilas fakes em DOM, idênticas às de Johnny Depp em Aliança do Crime - irmanando o “Bandido Gato” ao gangster James Bulger.

1984 - American Horror Story

Confesso preconceitos com séries de terror, tendo dedos inclusive com American Horror Story. Contudo, rendo-me à temporada 9, intitulada 1984. Gratas homenagens a Michael Myers, Jason, a todo o slasher 70/80’s e, pasmem, até a Richard Ramirez, o Night Stalker - ainda que eu problematize a espetacularização pelo cinema de assassinos reais (hipocritamente, já que escrevo livros de terror, kkk). A temporada 9 de AHS se perde no roteiro, mas se acha com um final, digamos, sanguinolentamente fofo. Foco na linda abertura da série, com direito a polainas, machados, laquê e esquartejamentos.

Raya e o Último Dragão

Rara cruza entre My Little Pony new generation e peixe betta de briga, num filme da Disney que impressionantemente não te faz chorar... E nem dormir. Belo entretenimento!

A Farra do Circo

Sem Leis de Incentivo à Cultura; sem cotas de isenção fiscal de empresas viradas em patrocínio. Na raça, uma “galerinha do barulho” botou debaixo da lona de Caetano Veloso à Orquestra Tabajara, de Dercy Gonçalves a Paulo Leminski... Num movimento que chegou à Copa do México de 86, sendo expulsos do país pela Coca-Cola e pelo Estado de Jalisco, que prometeram hotel e não fizeram as camas. Motivo: os hermanos norte-americanos esperavam Roberto Carlos, e o Circo Voador tinha na bagagem “apenas” Alceu Valença. Eram loucos os 80’s.


Sobre o metido a resenhista: nascido na mitológica Caratinga (MG), Tiago Santos-Vieira fez voto de pobreza ao optar pelo Jornalismo (UFJF). Da miséria, passou à escravidão voluntária, trabalhando com periódicos em São Paulo (chegando a morar em um MOTEL). Foi um rasgo temporal produtivo, com publicações nas revistas Rolling Stone, Trip/TPM, Riders e no Diário de Guarulhos. Fechado esse ciclo, voltou à Terra do Nunca, vulgo Caratinga, passando uma temporada trancafiado num quarto escuro. Quando viu a luz, fora aprovado em um concurso público e estava grávido de um livro. Foi então morar em Brasília, onde, após sanguinolenta gestação, pariu Elos do Mau Agouro. Torna agora a Minas, publicando o infantil As Aventuras do Super Careca e Dança das Bestas. Siga o Autor: @santosvieiratiago


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assistidos pandemicos, tiago santos-vieira, cinema, pandemia, resenha


Escrito por

Tiago Santos-Vieira

Escritor e jornalista; é autor dos livros Dança das Bestas, Elos do Mau Agouro e As Aventuras do Super Careca. Foi colaborador das revistas Rolling Stone, Trip/TPM e é brother da Chico Rei.