Ao menos uma vez por semana, recebo via e-mail, telefone, Facebook ou pessoalmente, de algum amigo, conhecido e até desconhecido, a pergunta: “Qual DSLR você recomenda?” Pergunta difícil, mas não por haver centenas de modelos no mercado. A dificuldade é convencer a pessoa que quer comprar uma DSLR de que ela não precisa de uma.
Ao contrário do senso comum de que “tanto faz”, já que a qualidade é o fator menos importante hoje em dia, uma vez que muito provavelmente a foto será envenenada com blur, sharpen, noise, vinheta, contraste, brilho, desature ou um sature desgraçadamente exagerado, filtros, filtros e mais filtros sobre filtros… Péra, deixa eu respirar! Existe uma enorme gama de fatores que pode fazer uma câmera magnífica se transformar em um brinquedo inútil nas mãos erradas.
Também não adianta comprar uma DSLR se você não sabe efetivamente usá-la. E quando eu digo usá-la, não me refiro a foco, obturação e diafragma. A utilização de um equipamento “pro” requer simplesmente um motivo que justifique a real necessidade de emprego de uma câmera desta categoria, afinal, um conceito raso e matemático de apenas “saber manusear” uma DSLR não é justificativa para comprar uma, a não ser que seu desejo seja ostentar, já que isso anda tão na moda, ou simplesmente você quer porque quer uma câmera reflex.
Enfim, ter uma reflex com uma lentezinha, ou duas apenas, é o mesmo que ter um baú do tesouro trancado e sem a chave. O corpo da câmera é, de uma forma prática, o menos importante em um set reflex. O que conta são as lentes, que em muitos casos custam muito mais caro que o corpo da câmera. Então, se você não trabalha com fotografia e muito menos pretende investir 300% do valor do corpo da câmera em lentes, é uma bobagem você querer uma DSLR.
Sendo assim, a primeira pergunta que se deve fazer ao escolher uma câmera é: para que eu vou usá-la? Só que isso veremos nos próximos capítulos…