Em meu último post, falei sobre os favoritos na disputa pelo prêmio número 1 do Oscar 2015, totalmente baseado em “fórmulas” que a Academia parece ter adotado nos últimos anos, além de premiações que servem de aquecimento para a queridinha de todos nós.
Como já virou tradição, os filmes que concorrem nas principais categorias acabam vazando na internet com antecedência considerável, o que acaba sendo a única chance de pessoas como eu, que não moram numa capital, assistirem aos indicados antes da premiação do próximo dia 22.
Pois bem: fiz o meu dever de casa e assisti aos principais concorrentes. Agora trago meus preferidos em cada categoria acompanhados de breves comentários, como não podia deixar de ser, né? 😉
Melhor Filme
Whiplash
Eu sei que Whiplash não vai ganhar. Ponto. Mas como disse logo aí em cima, estas escolhas não seguem qualquer critério que não seja os que realmente mais gostei. Confesso que tenho uma queda por filmes que tem na música seu pano de fundo, mas o longa independente de Damien Chazelle, de apenas 30 anos, vai muito além. É um filme nada polido sobre sonhos, obsessão e a insanidade que resulta quando os dois primeiros extrapolam certos limites. Com uma dupla de atores impecável, Whiplash é um alerta para quem pensa que a grandeza pode cair do céu, e que muitas vezes uns tapas na cara podem fazer melhor do que elogios rasos, como bem disse o maestro Fletcher de JK Simmons: “There are no two words in the English language more harmful than ‘good job’.”
Melhor Diretor
Alejandro Gonzáles Iñarritu – Birdman
Para muitos, Alejandro González Iñarritu é um diretor supervalorizado. Discordo. Para mim, o mexicano é um dos maiores nomes surgidos a partir dos anos 2000, quando estreou com o fantástico Amores Brutos.
Em Birdman, o diretor lança mão da técnica utilizada por Alfred Hitchcock em seu Festim Diabólico, onde a ação se desenrola em duradouros planos-sequência, onde a câmera acompanha a ação dos personagens de forma pouco usual. A condução do elenco estrelado (que não por acaso concorre em três categorias) é outro ponto alto do diretor. Tecnicamente impecável, Birdman é a grande chance de Iñarritu faturar a estatueta, que viria como reconhecimento por uma obra quase impecável.
Melhor Ator
Eddie Redmayne – A Teoria de Tudo
Não há dúvidas de que esta será a disputa mais acirrada do ano. Tenho a impressão de que cinco indicados foi um número muito pequeno perto da quantidade de boas atuações que tivemos. Resultado? Atores como Miles Teller (Whiplash), David Oyelowo (Selma), Jake Gyllenhaal (O Abutre) e outros que mandaram muito bem acabaram ficando de fora da disputa, mas certamente poderiam encabeçar a lista em edições anteriores.
Esse panorama só aumenta os méritos do vencedor da noite, que, para mim, não existe possibilidade de não ser Eddie Redmayne. Apesar de Michael Keaton (principal rival de Redmayne na noite) interpretar o papel de sua vida em Birdman , o jovem ator está impecável na pele de Stephen Hawking, com uma interpretação que acompanha a evolução da doença do físico do seu início até o momento em que o olhar passa a ser sua forma de comunicação mais sincera. Atuação brilhante e mais que merecedora!
Melhor Ator Coadjuvante
JK Simmons – Whiplash
Incontestável! O prêmio é de JK Simmons e não tem o que discutir… O rigoroso maestro/professor Fletcher é o papel da vida do ator de 60 anos, que está muito a frente de seus concorrentes. É a barbada da noite! 😉
Melhor Atriz
Rosamund Pike – Garota Exemplar
Provavelmente ela não leva o prêmio pra casa, mas pelo menos aqui no Blog ela merece uma lembrança! Falei sobre Garota Exemplar em outro post na época de seu lançamento: mais uma grande obra de David Fincher que conta com a precisão de Se7en, o cinismo de Clube da Luta e a hipnose de A Rede Social, com o cineasta demonstrando mais uma vez seu apreço pela decadência, por vezes implícita, do “american way of life”.
O filme é cheio de plot twists, enganando o espectador o tempo todo. Parte desse mérito é de Rosamund, que dá vida à desaparecida-no-dia-do-aniversário-de-casamento** Amy Dunne**. Como grande fã de David Fincher, não podia deixar passar a oportunidade!
Melhor Atriz Coadjuvante
Patricia Arquette – Boyhood
É verdade que a concorrência não é das mais fortes, mas isso não tira os méritos de Patricia Arquette! Richard Linklater filmou Boyhood durante 12 anos e isso pra mim foi o único barato do filme. Apesar de não ter me encantado, reconheço que Patricia Arquette é o grande destaque do elenco e merece levar a estatueta pra casa. Se pudesse justificar a escolha com uma cena, certamente seria essa da imagem acima, que conta com um diálogo fantástico.
Agora que eu falei meus preferidos, é a sua vez de concordar ou discordar aqui nos comentários. Simbora! \o/