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Saúde mental para além do mês de setembro

Inspirados por algumas questões e dúvidas levantadas pelos nossos seguidores do Instagram, preparamos um conteúdo pra lá de especial sobre o assunto. Vem ver!


• 4 mins de leitura
Saúde mental para além do mês de setembro

Ao longo do ano nos deparamos com diversas campanhas pró-saúde que ganham destaque durante os meses. Essas ações são de extrema importância para conscientizar e incentivar a população sobre o tema em destaque. Alguns exemplos são o Novembro Azul e o Outubro Rosa, que marcam, respectivamente, o combate ao câncer de próstata e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama - e também do câncer de colo de útero.

Além desses, também contamos com o Setembro Amarelo, que é o mês dedicado à campanha de prevenção ao suicídio aqui no Brasil. Por conta de todo o apelo da "data", é natural vermos com mais frequência matérias e postagens sobre o assunto permeando a internet. Esse é um tema de importância inquestionável, mas que, muitas das vezes, acaba sendo tratado com pouca profundidade - e em alguns casos, pouca responsabilidade - e certa "desconexão" com outras realidades.

Mas vamos ser sinceros, né? Falar de saúde mental em pleno Brasil de 2021 pode ser encarado como um luxo e tanto. E é uma pena que atualmente a maior parte da população precise escolher todos os dias do que abrir mão. Daí surgem aqueles dilemas injustos pra caramba, cuja resposta é sempre óbvia e a mais urgente: "Cuido da minha saúde mental ou compro gás?" "Tento terapia ou pago a conta de luz?".

Bom, vivendo os meus 20 e poucos anos, posso dizer que a minha geração lida com o assunto de um jeito mais leve, e a maioria não encara a saúde mental como algo raso ou "não tão importante". Pelo contrário. Claro que isso varia de pessoa pra pessoa e também abarca pontos como a realidade de vida de cada um. No entanto, sabemos que, quanto mais velhas as gerações, maiores as chances de esbarrarmos no tabu acerca do tema.

Recentemente perguntamos no Instagram da Chico Rei quem fazia algum tipo de acompanhamento psicológico e pedimos que aqueles que não faziam nos contassem o motivo. Como já era de se esperar, a maioria das respostas apontava a questão financeira como principal impedimento, mas também encontramos outras respostas e dúvidas pertinentes que pretendemos sanar por aqui da forma mais esclarecedora possível - prometo.


#1: Questão financeira

Ainda que o custo de sessões semanais seja alto para muitas pessoas manterem, existem opções de atendimentos sociais e até gratuitos por todo o país. Uma referência é a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), que faz parte da Política Nacional de Saúde Mental do SUS. Você pode acessar mais informações neste documento disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Como a Beatriz bem disse no vídeo, no geral, os profissionais são abertos a negociação de acordo com o contexto social e o entendimento da demanda de cada pessoa.

Em Juiz de Fora, também existe o INFA (Instituto da Família de Juiz de Fora), uma organização não governamental composta por profissionais que oferecem vagas sociais* de atendimento psicológico para crianças e adultos, presencialmente ou a distância. Desde o início da pandemia, as consultas online são uma realidade e permitem que pessoas de outras cidades também possam se beneficiar do atendimento.

Atualmente existe uma lista de espera e, para se cadastrar, basta entrar em contato por telefone. Quando uma nova vaga surge, a secretaria realiza uma análise de cadastros e então entra em contato para agendar a entrevista do interessado com a assistente social. Todas as consultas são individuais e não existe restrição de idade para os atendimentos.

*O valor é estipulado pela assistente social de acordo com a renda da pessoa.

O telefone de contato do INFA é o (32) 3215-9989, e o horário de funcionamento é das 8h às 12h, de segunda a sexta, e das 14h às 18h, de segunda a quinta.

Por último, mas não menos importante, o CVV - Centro de Valorização da Vida, diferente dos citados acima, não oferece acompanhamento psicológico, mas se trata de uma associação sem fins lucrativos que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. Mesmo que você não tenha certeza se precisa de alguma ajuda, não tenha receios e entre em contato através do número 188.

Durante a pandemia, os atendimentos presenciais estão suspensos, mas existem diversos Postos do CVV espalhados pelo país. Você pode consultá-los clicando aqui.


#2: “Como funciona?”

Além de todo o estigma e tabu que existem em torno do tema, são diversas as razões pelas quais as pessoas ainda resistem à ideia de buscar por ajuda. É importante reconhecer e validar as suas necessidades, até porque o profissional do outro lado vai poder te orientar da melhor forma de acordo com as suas demandas - mesmo que você não saiba dizer exatamente o que tem sentido e qual situação te gera desconforto.


#3: A dificuldade de confiar em um estranho

Realmente essa pode ser uma tarefa complicada e um tanto desconfortável. Uma boa forma de encarar a situação é pensar que, num primeiro momento, o profissional exerce sim o papel de escuta, mas o ambiente da consulta é isento de julgamentos, e tudo que for levantado e tratado ali é sigiloso. Um bom começo de terapia poderia até ser sobre esse desconforto em relação a se abrir para alguém que você não conhece e confia.


#4: Os diferentes caminhos

É interessante encarar o contato com o psicólogo como uma relação mesmo. Algumas vezes ela flui melhor com outras pessoas, faz parte. Além disso, na Psicologia existem diferente linhas teóricas, além do estilo de trabalho adotado por cada profissional. Em alguns casos, eles explicam como costumam conduzir esse processo terapêutico na primeira consulta (que pode funcionar como uma "apresentação" dos dois lados). Por isso, caso você tenha tido alguma experiência que não tenha te agradado, saiba que existem diferentes abordagens e profissionais dispostos a ajudar.


A verdade mesmo é que ninguém tá bem, seja física ou mentalmente, e que sair ileso de todo o contexto dos últimos anos é uma tarefa quase impossível - exceto para os 40 novos bilionários do país. Eles devem estar radiantes.

Os objetivos de toda essa campanha por aqui é desmistificar, informar e acolher! Espero que de alguma forma isso tenha sido útil por aí.


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setembro amarelo


Escrito por

Tainara Mello

Redatora | Especialista em Marketing Criativo | Gerente de Marca | Estrategista de Conteúdo