Na contramão do momento, fugindo desses “papo Dória” de apagar os graffitis por aí, viemos bater na tecla de que graffiti é arte e precisamos falar dele!
Definir o que é graffiti é muito mais difícil do que se imagina. Podemos observar essa dificuldade através da variedade de divisões que os estudiosos e pessoas comuns criam a partir dessa expressão artística urbana.
Para isso, falaremos de como essa arte se desenrola e a forma com que ela influencia nosso dia a dia.
Temos muito assunto, isso sim!
Graffiti Arte
Para qualquer pessoa que se pergunte o que é graffiti, fala-se de rua, de muros, de desenhos e escritos. Alguns vão estabelecer uma diferença brutal entre “pichação e graffiti”, outros apenas não vão gostar, repudiando com a argumentação do “emporcalhamento” da cidade.
Para compreendermos os pensamentos divergentes, precisamos também entender de onde nasceu essa expressão artística.
O nome deriva do Italiano “graffiare”, que significa algo parecido com a nossa concepção de riscar. Graffiti, palavra popularizada, tem o significado de marcar ou escrever em um muro / parede.
Os termos foram se desenvolvendo durante o regime político de 1974, que rondava o país com a censura das informações. Ações clandestinas e subversivas escreviam comunicados ou mensagens opositoras ao regime, ilegalmente, ÓBVIO!
O “graffiare”, então, tornou-se cada vez mais marginalizado, sendo difundido no mundo através dos espaços clandestinos, que tinham o intuito de comunicar o que não poderia ser comunicado.
Dessa forma, foi estabelecido em ambientes hostilizados e marginalizados, difundido entre a população e os espaços urbanos.
Como uma voz, mais uma vez dos excluídos, o graffiti adquire toda uma nova roupagem quando submerge em conjunto com o movimento Hip Hop.
Essa nova roupagem do graffiti, tem uma forte expressão de imagem e cor, transformando a mensagem em um objeto visual, unindo sentidos semiológicos diversos, que vão muito além da interpretação das palavras. Entendeu?
O graffiti, então, toma lugar de veículo artístico de comunicação, sendo identificado como proveniente de todo um desenvolvimento cultural.
Pra galera que muitas vezes se opõe, ou seleciona o que é “pixo” e o que é “graffiti”, é importante pensar que quando se soma o viés desestabilizador com as mãos de uma população estigmatizada , torna-se necessária a reflexão do resultado desse processo nos dias de hoje.
O “pixo”, ou o graffiti, muitas vezes são simplificados e suas nomenclaturas são utilizadas para definir o ilegal e o legal .
Esse seria um graffiti ilegal.
Esse seria um graffiti legal.
A versão ilegal é mostrada como uma ação decorrente de violações de normas. Basicamente, seria grafitar em paredes ou muros em que o dono não gostaria de receber um grafitti. Normalmente acontecem na calada da noite, de forma rápida e objetiva.
Com o graffiti tomando diversos espaços urbanos (não só ruas), em segmentos influenciadores, foi tomando uma “preocupação estética” muito mais forte, o que possibilitou a existência de um tipo socialmente mais tolerado.
Apenas no Brasil o ato de “pichar” é considerado diferente do ato de “grafitar”.
Os meios de comunicação, com o tempo, começaram a se apropriar da cultura e do estilo Hip Hop. Alguns agentes artísticos facilitaram a aceitação e a divulgação de representações que oscilavam frequentemente entre a concepção de arte e a de vandalismo.
Cultura Hip Hop
O Hip Hop é uma cultura artística iniciada durante os anos 80, nas partes centrais de Nova York em comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas. [*Afrika Bambaataa*](https://pt.wikipedia.org/wiki/Afrika_Bambaataa), produtor musical, foi reconhecido como o criador oficial do movimento, sustentando-o em 4 pilares: o *“Rap”*, o *“DJ”*, a *“Breakdance”* e o *“Graffiti”*. Sua base se concentrava nos DJ’s, que criavam batidas rítmicas. Logo em seguida veio o *Rap*, estilo de musical que mistura poesias rimadas com um ritmo muito próprio, em combinação com as batidas criadas. A relação entre o graffiti e a cultura Hip Hop surgiu da necessidade de novas formas de explorar os espaços, saindo do estilo pessoal e adentrando o ambiente em que a cultura crescia. O movimento sempre prezou pelo reconhecimento e a moda tem grande importância para a performance do indivíduo. Através das possibilidades de inovação e singularidade que a moda traz, justifica-se sua importância para a cultura Hip Hop, fruto da necessidade de uma população que sempre esteve colocada à margem.Já a moda Hip Hop, bem como todo o movimento, tem origem afro-americana, caribenha e latina. Cada local ou nacionalidade contribuiu para a formação da estética que vemos hoje. Geralmente, as roupas são mais largas, para não limitarem os movimentos, dando assim maior efeito visual à dança.
Maneiro demais, não é?! Pra quem curtiu, olha nossa página da [última ](http://chicorei.com/TELA-EM-BRANCO)edição do Tela em Branco. O tema é… GRAFFITI!Olha a coincidência! rs
Confere aí e vamos trocando aquela ideia.