No capítulo anterior, vimos os motivos pelos quais as pessoas desejam ter uma DSLR, baseadas na falsa impressão de qualidade extrema. Sim, com a DSLR certa e o conhecimento necessário, podemos extrair o máximo de qualidade que uma cena permite, mas isso é mesmo necessário?
Pergunto justamente por haver uma série de fatores agregados para que se obtenha fotos desta natureza, que são: valor alto, valor mais alto ainda em objetivas, pois, como foi mencionado anteriormente, não adianta ter a câmera se não carregar junto as lentes apropriadas que geralmente são bem mais caras que a própria câmera, paciência, disposição de sobra para levar a parafernália toda e principalmente tempo para trabalhar bem a tal cena.
Excluindo quem precisa de uma DSLR para trabalhar ou entusiastas do “aparelho eletrônico câmera”, não há a mínima necessidade de se carregar uma. Digo isso por experiência própria. Não consigo mais contar quantas viagens eu praticamente perdi por estar única e exclusivamente preocupado com fotos, fotos, e fotos. Luz, obturação, diafragma, foco (ou a falta dele), primeira ou segunda cortina para fotos de movimento, sincronismo lento, panning, etc etc etc, e mais uma dezena de etcs fizeram com que eu perdesse o principal das viagens: as próprias viagens.
Há muitos anos carrego apenas uma point and shot e pra falar a verdade, na minha última grande viagem, fotografei apenas com o celular e fiquei satisfeitíssimo. Já fui purista xiita ortodoxo, mas hoje não. E, vejam vocês, que no fim das contas na falta dessa chatice do rebuscado e elaborado, eu finalmente descobri o que é uma fotografia de viagem. Apenas ela, um registro, um momento com o mínimo de interferência possível.
Liberte-se, experimente e curta sua viagem.