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Céu infinito


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Céu infinito

O passeio mais lindo que já fiz nesse asteroide pequeno que todos chamam de Terra. Assim poderia resumir a viagem para o Salar de Uyuni. Quando tomei rumo para 30 dias de pé na estrada desde Campo Grande até Cusco, a maior planície de sal do mundo era apenas um dos caminhos para se chegar ao império Inca, mas os três dias rodando na região em um 4×4 nunca saíram dessa cachola, que admito, nunca conhecida por ser boa de lembranças.

Salar de Uyuni refletindo o azul infinitamente

Salar de Uyuni refletindo o azul infinitamente
 A mistura de Uyuni é rara. Se engana quem espera apenas o deserto de sal. Nesses dias rodando o interior da **Bolívia**, topamos com desertos de areia e pedras, lagos coloridos à beira de vulcões cobertos de neve, gêiseres, piscinas naturais de água quente no meio do deserto com temperaturas abaixo de zero, vagões de trem abandonados pelo caminho e ainda desembocamos no deserto do Atacama, no Chile.

Como não há cidades no meio do caminho, nos restaram paradeiros nem um pouco confortáveis para descansar. Matamos de letra! Já estávamos há alguns dias dormindo pela Bolívia, e a palavra conforto ficou me esperando no Brasil. Na mochila, além das roupas, cabia a palavra “aventura”. E rodando aquelas centenas de quilômetros num jipe sem qualquer estrada, nunca me senti tão aventureiro nessa vida!

38º de alegria

38º de alegria
 Mesmo em condições tão inóspitas, topamos com um bocado de animais interessantes pelo caminho. Em todos os lagos que chegamos, flamingos faziam as honras da casa e pelas montanhas era a vez de vicunhas, raposas e coelhos ao nosso lado.

A sensação de estar pisando em outro planeta não é rara, quando conhecemos aquele canto boliviano em seu estado selvagem. No meio do deserto de sal, nascem cactos gigantes que podem chegar a 12 metros de altura por cima de formações rochosas, resquícios de antigos picos de vulcões.

Laguna Verde fazendo cosplay de pintura de obra de arte

Laguna Verde fazendo cosplay de pintura de obra de arte
 Se a natureza faz o trabalho quase por completo nessa história, um toque de sorte pode construir um dia ainda mais impressionante: a chuva. Um dia antes de tomar rumo ao Salar, a chuva caiu e formou uma fina camada de água pelo deserto, refletindo o céu pelos quilômetros que nos cercava. E, meu povo, a imagem de céu infinito, essa sim, nenhuma memória fraca me tira da cabeça.

Chuva no fim do dia

Vicunhas pelo caminho

Chuva no fim do dia e Vicunhas pelo caminho

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atacama, bolívia, chile, deserto, guia, mochilão, relato, Salar de Uyuni, viagem