Há quem diga que um livro é uma porta de entrada para um novo mundo, uma passagem de ida para um universo incrível, cheio de amores, sonhos, poesias e histórias para descobrir. Viajar pelo mundo das palavras te permite conhecer novos lugares sem que você precise sair do lugar, um verdadeiro encanto. É dessa forma que a literatura acaba nos moldando e transformando nossa maneira de pensar e ver o mundo que corre com a gente.
Encaramos nossas fantasias, pulamos de cabeça no desconhecido e abrimos o coração para aprender sobre cada palavra disposta nos livros. Essa lista é destinada aos apaixonados em desvendar diferentes obras literárias e nós selecionamos 4 autores e obras brasileiras que carregam a poesia em cada frase, além de abordarem temas sociais e questões humanas que vão de encontro com aqueles sentimentos que moram lá no cantinho do peito.
Então já prepara o blog de anotações e confira quatro autores que marcaram a história da literatura através de sua sensibilidade por esse Brasil a fora!
1. Joāo Guimarāes Rosa – Grande Sertāo Veredas
Guimarāes Rosa nasceu em junho, no ano de 1908, na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais. Desde a infância se interessou por línguas e em 1929 começou a escrever seus primeiros contos. O “Grande Sertao Veredas” é um dos principais livros de Guimarães Rosa e conquistou a todos por suas características inovadoras (um exemplo delas é a ausência de capítulos).
A história é contada em primeira pessoa através da presença de Riobaldo, protagonista do enredo. Aos poucos ele vai apresentando sua vida: um “ex-jagunço”, que depois de passar por muitas experiências resolve se mudar para a fazenda e passar seus dias com tranquilidade.
A narrativa tem como foco o romance com Diadorim, filha de um fazendeiro-jagunço que se traveste para transitar de igual para igual em meio aos homens. É através desse cenário que Grande Sertão Veredas conversa com o leitor sobre a relação que se estabelece entre o ser humano e o mundo, relação essa que é pra lá de complexa. Os diálogos, as personagens e o próprio sertão com uma conotação de mundo levantam questionamentos sobre tudo o que tange a relação do existencial com os espaços e tudo que eles representam.
2. Caio Fernando Abreu – Morangos Mofados
Caio Fernando Abreu é um escritor marcante e entregue à sensibilidade. Ele é tão íntimo as palavras que elas dançam com facilidade por entre suas frases e versos. Cursou Letras e Artes Cênicas na Federal do Rio Grande do Sul, mas não chegou a concluir a graduação e decidiu abraçar o jornalismo como carreira. Em 1982 ele escreveu “Morangos Mofados”, um livro de contos que relatam o que há de mais verdadeiro no indivíduo - mesmo aquelas verdades que não são tão belas assim.
As reflexões são construídas através de pequenos enredos durante a narrativa, que ocorrem em um cenário de democratização do país em consequência do fim da ditadura militar. É possível enxergar o ser humano vivenciando sentimentos que são provenientes de situações como a solidão, o desejo insaciável por algo/alguém e a própria dor. Os neologismos, os temas eróticos, as repetições e o uso incomum da pontuação promovem um ritmo diferente e instigam o leitor a embarcar ainda mais nos acontecimentos que vão sendo propostos.
A poesia do livro está justamente no paradoxo entre a significação do belo e do feio em um espaço no tempo que era constituído por pessoas vítimas de uma sociedade de massa, manipuladas pela indústria cultural e a pós- modernidade!
3. Paulo Leminski – Caprichos e Relaxos
Curitibano, nascido no ano de 1944, Leminski foi um consagrado escritor e poeta da literatura brasileira. Suas poesias concretas permitem que as palavras adquiram formas através de seu fazer criativo: reflete sobre o mais simples, que não é tão simples assim, do cotidiano. Em 83 lança o livro “Caprichos e Relaxos” que é um apanhado geral de todos os seus poemas – alguns inéditos outros publicados em edições independentes.
4. Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas
Joaquim Maria Machado de Assis é um dos principais escritores brasileiros, deixando um legado cheio de sensibilidade e consciência. Nasceu no ano de 1839, e com 42 anos publicou o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, uma subversão as formas de romance do século XIX que atende a um objetivo principal: descrever de forma bruta e honesta o funcionamento da sociedade da época.
O aspecto mais interessante do livro é que o narrador está morto e vai, aos poucos, fazendo a análise de várias situações de extrema futilidade que foram se passando durante a sua vida. Brás Cubas vivo é uma personagem da narrativa que vive de aparências, se relacionando de forma rasa com todos que o cercam.
Ele percebe que a sociedade se fundamenta no jogo entre essência e aparência, e essa questão esbarra no humanitismo, que afirma que toda atitude humana é justificável independente de ser boa ou má. Já o Brás Cuba morto, como narrador, não se inibe em contestar os acontecimentos que se desenrolaram durante o seu percurso e ceticamente conclui que a espécie humana corre para um fim trágico.
Uma obra cheia de histórias e reflexões importantes que vale muito a pena ler e mergulhar nos contos de Brás Cuba!
Camisetas de Literatura: carregue suas obras preferidas no peito
Algumas das grandes questões da humanidade não fazem, necessáriamente, parte da trama da vida real, mas em seus prorpios universos elas são tão reais que nos sentimos parte daquela história. É como se as ações de todos os personagens nos afetassem pessoalmente e, por esse motivo, é muito comum que um leitor fique imerso em uma história, mesmo após encerrar a leitura.
Nós acreditamos que um livro é um portal e tanto acreditamos nisso que essa frase até virou estampa de uma das nossas camisetas. Na seleção de camisetas literárias da Chico Rei, você encontra um pouco de tudo, do romance aos contos clássicos, passando pela poesia, tudo cabe aqui e você, claro, é o nosso convidado para embarcar nessa viagem cheia de palavras, significados e sonhos.