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Assistidos #22

Nessa edição, o escritor Tiago Santos-Vieira traz suas minirresenhas de quatro filmes: Licorice Pizza, The Batman, O Telefone Preto e PREY.


• 3 mins de leitura
Assistidos #22

O Telefone Preto

Saladão multirreferencial que vai de IT até, por que não: Stranger Things?!? Suquinho concentrado de Stephen King que, apesar dos jump scare, chega a ser um terrorzinho muito do fofo. Fique aí com uma nota SETE e se dê por satisfeito.


PREY

Depois de tanta desconexão, eis que surge um Predador honestamente ligado aos sensacionais 1 (Schwarzenegger) e 2 (Danny Glover). E... se fode aí Predador, com seu novo lookinho de máscara de osso: tomou porrada pra caralho nos idos de 1700, em território dos índios comanche. Inclusive saiu na soco com um urso e, só ganhou, porque fez “arminha com a mão”. Nota SETE!


Licorice Pizza

Paul Thomas Anderson (PTA) e sua infalibilidade em fazer-nos saudosista de épocas que não vivemos. Licorice Pizza é uma colorida celebração ao cinema, com um jovem casal se desencontrando pelos motivos mais idiotas possíveis... e ainda presenciamos o nascimento do novo muso de PTA: Cooper Hoffman, filho de Philip Seymour Hoffman, muso anterior falecido em 2014. Nas bizarrices da edição 2022, o azar foi do Oscar, que indicou Licorice três vezes e não o agraciou com nada. Vamos de OITO.


The Batman

A cada reboot, espero um Batman muito atormentado e sombrio, quase um personagem de terror psicológico. O novo, de Robert Pattinson, não é o que habita minha mente, porém se aproxima bastante - ajudado pela atmosfera de film noir, com cenas de crime lembrando meu amado Se7en. Sem falar da faixa-moldura da trilha: a onipresente Something In The Way/Nirvana. Boto ali uns dedinhos no arco final da trama, bem acelerado e meio ufanista (numa cena de resgate, achei até que o Batman ia fincar uma bandeira dos EUA no chão). Fora isso... Pattinson dá e leva muita porrada, deixando o morcegão humano como me apetece; Paul Dano está doentiamente maravilhoso como o Charada; o batmóvel mezzo muscle car, mezzo dragster é ducaralho; o fanservice entregando vários outros personagens não é maçante; e a aparição pontual do Coringa, de Barry Keoghan, é uma ótima sacada. Tomara que permaneça assim nas continuações, com o palhaço funcionando como um consultor do Batman na solução dos crimes (tem uma cena extra circulando que mostra exatamente isso). Seria interessante ir soltando-o aos poucos na trama, escancarando de vez só lá na frente - porque estamos saturados de excelentes e recentes Coringas, né!?. Menos o do Jared Leto! Aceito tomates: Nota OITO!


Sobre o metido a resenhista: nascido na mitológica Caratinga (MG), Tiago Santos-Vieira fez voto de pobreza ao optar pelo Jornalismo (UFJF). Da miséria, passou à escravidão voluntária, trabalhando com periódicos em São Paulo (chegando a morar em um MOTEL). Foi um rasgo temporal produtivo, com publicações nas revistas Rolling Stone, Trip/TPM, Riders e no Diário de Guarulhos. Fechado esse ciclo, voltou à Terra do Nunca, vulgo Caratinga, passando uma temporada trancafiado num quarto escuro. Quando viu a luz, fora aprovado em um concurso público e estava grávido de um livro. Foi então morar em Brasília, onde, após sanguinolenta gestação, pariu o suspense Elos do Mau Agouro. Torna agora a Minas, publicando o infantil As Aventuras do Super Careca e o suspense Dança das Bestas, além de escrever regularmente para o blog Chico Rei. Siga o Autor: @santosvieiratiago


Tags

assistidos, cinema, filmes, tiago santos-vieira


Escrito por

Tiago Santos-Vieira

Escritor e jornalista; é autor dos livros Dança das Bestas, Elos do Mau Agouro e As Aventuras do Super Careca. Foi colaborador das revistas Rolling Stone, Trip/TPM e é brother da Chico Rei.