Loja

Assistidos Pandêmicos #4

Maratonando tudo e todos, do luxo ao lixo, com resenhas em pílulas quase sem spoiler: #ficaadica pra quem #ficaemcasa


• 3 mins de leitura
Assistidos Pandêmicos #4

Saga Halloween

Onze partes de Halloween depois, findo martírio, #soquenao: Michael Myers é meu pastor e minha cabeça deceparás. Eis o veredito! Parte 1: antológico, feito O Exorcista. 2: honesto, nada mais. 3: esquizofrenia mercantil, o pior da cinematografia do gênero. 4 e 5: menção honrosa, tentativa de salvar a franquia. 6: solto, despropósito, no ar. 7: cavalga no revival do slasher gerado por Pânico - Jaime Lee volta com estilo. 8: BBB de merda, ponto. 9: genial, contrariando a crítica - Rob Zombie brilha! 10: filtrando brutalidade e delírios, é OK. 11: bom fecho pra franquia. Por favor deixem Michael Myers descansar em paz. Sugestão aos não iniciados: assista o 1, 2, pule ao 7, depois 11 e arremate com o prequel 9.

Recomendadíssimo: Halloween 9

Num tô nem aí pra sua opinião: o remake/releitura de Halloween, por Rob Zombie, é genial! Humanizar Michael Myers, explicando sua psicopatia via infância sexualmente abusiva e violenta... É sim clichê. Contudo, a roupagem POP do roteiro, somada à cuidadosa montagem e fotografia, colocam o remake no patamar do original de John Carpenter. Levar tiros, facadas e ainda continuar rumando às vítimas... A força descomunal que move Myers não precisa de explicações demoníacas. Basta o olharmos pela ótica de Zombie, relendo-o com dois metros e 150 quilos de pura brutalidade. Um Ed Kemper mascarado! Derrapadas ali e acolá, como uma Laurie Strode atiradinha, destoando da clássica de Jamie Lee Curtis. Todavia, Malcolm Mcdowell, o eterno Alex/Laranja Mecânica, convence como doutor Loomis. Tem ainda o onipresente Danny Trejo no elenco e Tom Sawyer/Rush na trilha. Contradizendo as críticas, me internem se maluco estou, mas que não seja no sanatório Smith’s Grove.

Uma bela merda: Halloween 3

Talvez a pior coisa da cinematografia do horror, corroborando com os filmes caça-níqueis dos 80’s, surtindo em infindáveis e desconexas continuações. Uma afronta ao legado de Michael Myers, que não aparece no filme, a não ser por duas desrespeitosas menções. Tiro no pé do mestre John Carpenter, que não dirigiu, mas foi produtor dessa aberração. Halloween 1 é lindo, o 2 é OK, esse 3 padece de alucinação comercial.

“Achou que tinha acabado? achou errado!”

E como não deixam o homi morrer... Em outubro chega Halloween Kills, décima segunda parte da saga, que estreia no dia... Das Bruxas? Não! A previsão é para 14 e, não, 31 de outro. Estranho, né!?! Confira o Trailer a seguir:


Sobre o metido a resenhista: nascido na mitológica Caratinga (MG), Tiago Santos-Vieira fez voto de pobreza ao optar pelo Jornalismo (UFJF). Da miséria, passou à escravidão voluntária, trabalhando com periódicos em São Paulo (chegando a morar em um MOTEL). Foi um rasgo temporal produtivo, com publicações nas revistas Rolling Stone, Trip/TPM, Riders e no Diário de Guarulhos. Fechado esse ciclo, voltou à Terra do Nunca, vulgo Caratinga, passando uma temporada trancafiado num quarto escuro. Quando viu a luz, fora aprovado em um concurso público e estava grávido de um livro. Foi então morar em Brasília, onde, após sanguinolenta gestação, pariu o suspense Elos do Mau Agouro. Torna agora a Minas, publicando o infantil As Aventuras do Super Careca e o suspense Dança das Bestas. Siga o Autor: @santosvieiratiago


Tags

cinema, pandemia, assistidos pandemicos, resenha, tiago santos-vieira


Escrito por

Tiago Santos-Vieira

Escritor e jornalista; é autor dos livros Dança das Bestas, Elos do Mau Agouro e As Aventuras do Super Careca. Foi colaborador das revistas Rolling Stone, Trip/TPM e é brother da Chico Rei.