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Assistidos #6

Agora só Assistidos! Não vamos tirar as máscaras e, sim, o Pandêmicos do título, levando junto o peso dessa palavra - que o “cinema em casa” traga alento nestes tempos loucos. Continuem se cuidando e comendo pipoca...


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Assistidos #6

LOKI

Uma variante Loki, dando uns pegas em outra variante Loki, configura um caso de masturbação? Eis a louca questão?!? Ataquem-me, mas colocaria a série em terceiro num TOP 3 Marvel, por motivos de ser viajandona demais (Wanda em 1º e Falcão em 2º). Particularmente adorei o enredo, porém receio que LOKI atrairá um público específico, que naturalmente aprecia o universo THOR. Uma pena, porque é um puta personagem a ser desenvolvido, apesar de falar pra caralho. Contudo, palmas para a ambientação retrofuturista da repartição pública em que LOKI faz freelancer, numa mistura de Os Jetsons com Laranja Mecânica - sempre com um teremim tocando ao fundo. E fica a segunda questão: se colocarmos um Jacaré Loki na jogada... Configura zoofilia?

Alma de Cowboy

Stranger Things 4 tá longe, então mate a saudade de Lucas em Alma de Cowboy. A mensagem é poderosa: o branqueamento histórico do cowboy, hipocritamente patrocinado por Hollywood. Com pegada semidocumental e um pouco bacuralizado/glauberochalizado (experimentalismo, moradores locais atuando, ritmo próprio, roteiro aberto)... O filme causa certo estranhamento, porém nos ganha pelo desconhecido (ao menos pra mim). Nas periferias da cidade da Filadélfia, ladeando o hip hop e o pimp my ride, existe uma subcultura country no asfalto - com a ostentação de cavalos guardados em estábulos improvisados. Que loco isso, né?!

Trilogia O Albergue

O de sempre: um é bom, dois OK, três fode a porra toda. Assim, vamos de trás pra frente com a trilogia O Albergue. O 3 é um clássico filme caça-níquel, tanto é que se passa em Las Vegas. Desrespeitoso, inclusive sem a direção de Eli Roth, e sem o envolvimento de seu padrinho Tarantino. O 2 é digno, aprofunda a história, porém desnecessário: as lacunas do primeiro filme é que dão seu “charme”. Falando no primogênito... Continua mexendo com a cabeça de quem vos escreve. Um marco do horror de bom gosto, unindo a ambientação no misterioso Leste europeu, com a premissa: o dinheiro compra os mais pavorosos prazeres. Mochileiros entenderão!

Operação Overlord

Todo castigo pra nazista é pouco! Decerto, para suas crias, George A. Romero se inspirou nos experimentos em humanos do Terceiro Reich. Operação Overlord é isso, fogo nos nazistas: literalmente, vide cena em que uma francesa queima seus opressores com um maçarico. E tudo nas vésperas do Dia D, na Normandia, confundindo ficção e realidade na definição da Segunda Guerra. Terror de época bem feitinho.


Sobre o metido a resenhista: nascido na mitológica Caratinga (MG), Tiago Santos-Vieira fez voto de pobreza ao optar pelo Jornalismo (UFJF). Da miséria, passou à escravidão voluntária, trabalhando com periódicos em São Paulo (chegando a morar em um MOTEL). Foi um rasgo temporal produtivo, com publicações nas revistas Rolling Stone, Trip/TPM, Riders e no Diário de Guarulhos. Fechado esse ciclo, voltou à Terra do Nunca, vulgo Caratinga, passando uma temporada trancafiado num quarto escuro. Quando viu a luz, fora aprovado em um concurso público e estava grávido de um livro. Foi então morar em Brasília, onde, após sanguinolenta gestação, pariu o suspense Elos do Mau Agouro. Torna agora a Minas, publicando o infantil As Aventuras do Super Careca e o suspense Dança das Bestas. Siga o Autor: @santosvieiratiago


Tags

cinema, pandemia, resenha, assistidos pandemicos, tiago santos-vieira


Escrito por

Tiago Santos-Vieira

Escritor e jornalista; é autor dos livros Dança das Bestas, Elos do Mau Agouro e As Aventuras do Super Careca. Foi colaborador das revistas Rolling Stone, Trip/TPM e é brother da Chico Rei.