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Assistidos Pandêmicos #5

Maratonando tudo e todos, do luxo ao lixo, com resenhas em pílulas quase sem spoiler: #ficaadica pra quem #ficaemcasa


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Assistidos Pandêmicos #5

Bronson

Se achas Tom Hardy um ator bleerrrg, foda-se você! Desculpe o desrespeito, apenas emulo o linguajar de Charles Bronson. Não o de bigodes e arma em punho, do Domingo Maior; mas sim o de bigodes e punhos cerrados: considerado pelo sistema prisional inglês o mais violento interno da história. Em outra contestável espetacularização da barbárie, que hipocritamente adoro... Hardy teatraliza a vida gradeada de Bronson, na película irmã de Laranja Mecânica - fazendo Anthony Burgess e Stanley Kubrick cambalhotarem na cova.

RUN

Quando a maternidade beira à psicopatia... É melhor doutorar-se em fármacos - indo além dos anestésicos pra cavalos, vulgo special K, perigosamente consumido nas baladas. Aquela avalanche de mais do mesmo que odiamos amar, tendo uma cadeira de rodas como o grande personagem da trama.

Além da Morte

Uma roubada encabeçada por Elliot Page. Nem mesmo Diego Luna salva o remake de Linha Mortal, clássico 90’s. Também pudera: o mote é a E.Q.M. (experiência de quase morte) e, 30 anos depois, starta o tema do zero - como se ainda fosse um campo desconhecido, mesmo há décadas de distância do filme original. Traz aí meu desfibrilador e uma dose dupla de adrenalina com gelo e limão... Preciso ressuscitar depois dessa.

Saga Robocop

Na maratona retrofuturista, a hora e a vez de Robocop. O primeiro (87) envelheceu bem, com efeitos especiais delicados e cuidadosos, mesmo analisados pelos padrões contemporâneos. O segundo (90) é o raro caso de uma boa sequência, com Robocop tendo dilemas existencialistas, somado a efeitos igualmente dignos. O terceiro (93) se perde na cultura caça-níquel, porém vale pelo fecho da trilogia. Já o reboot (2014)... Não é ruim, ousado inclusive. Contudo, prefiro não opinar: ranço político garrado no José Padilha define. Desculpem, acho que vou vomitar.


Sobre o metido a resenhista: nascido na mitológica Caratinga (MG), Tiago Santos-Vieira fez voto de pobreza ao optar pelo Jornalismo (UFJF). Da miséria, passou à escravidão voluntária, trabalhando com periódicos em São Paulo (chegando a morar em um MOTEL). Foi um rasgo temporal produtivo, com publicações nas revistas Rolling Stone, Trip/TPM, Riders e no Diário de Guarulhos. Fechado esse ciclo, voltou à Terra do Nunca, vulgo Caratinga, passando uma temporada trancafiado num quarto escuro. Quando viu a luz, fora aprovado em um concurso público e estava grávido de um livro. Foi então morar em Brasília, onde, após sanguinolenta gestação, pariu o suspense Elos do Mau Agouro. Torna agora a Minas, publicando o infantil As Aventuras do Super Careca e o suspense Dança das Bestas. Siga o Autor: @santosvieiratiago


Tags

cinema, pandemia, resenha, assistidos pandemicos, tiago santos-vieira


Escrito por

Tiago Santos-Vieira

Escritor e jornalista; é autor dos livros Dança das Bestas, Elos do Mau Agouro e As Aventuras do Super Careca. Foi colaborador das revistas Rolling Stone, Trip/TPM e é brother da Chico Rei.